26 maio, 2008

Cornell Capa (1918 - 2008)

Cornell Capa, Nova Iorque, 1983
(© Petr Tausk)

Em Dezembro do ano passado, assim que a "mala mexicana" de Robert Capa aterrou nos EUA, a realizadora, comissária e fotógrafa britânica Trisha Ziff levou-a de imediato a casa de Cornell Capa, zeloso guardião do espólio do irmão. Cornell viu os rolos com 3500 negativos de fotografias inéditas da Guerra Civil de Espanha e pode ter cumprido um dos seus últimos desejos: garantir que o trabalho de Robert ficasse ao cuidado do International Center of Photography (ICP) para ser devidamente tratado e divulgado.
Cornell Capa, fotojornalista, editor e fundador do ICP, morreu na última sexta-feira em Nova Iorque. Foi um dos primeiros fotógrafos da revista Life e, em 1954, juntou-se à agência fundada pelo seu irmão, a Magnum, da qual foi presidente entre 1956 e 1960.
Cornell nasceu em Budapeste em 1918 e mudou-se para os EUA em 1937, depois de uma curta estadia em Paris. Como repórter trabalhou na União Soviética e cobriu a Guerra dos Seis Dias, em Israel. Os seus principais trabalhos focaram a política e a pobreza na América Latina, assim como as questões sociais da América. Nos EUA acompanhou ainda o percurso de vários presidentes, entre os quais JFK. Em 1966, fundou o International Fund for Concerned Photography em homenagem ao seu irmão e a outros fotojornalistas que perdem a vida em trabalho. Com esta iniciativa, Cornell ajudou a cunhar o termo "fotografia comprometida". Mais tarde, em 1974, o Fundo viria a dar origem ao ICP, com sede em Nova Iorque, do qual Cornell foi director durante 20 anos.

>>Post relacionado:
>(Os bombons de Capa)

Dissidentes detidos depois do assassínio de Anastasio Somoza, Managua, Nicaragua, 1956
(Cornell Capa/Magnum Photos, cortesia do International Center of Photography)

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