Camille Silvy, músicos de rua, 1859-1860 (ca), albumina
© Getty Museum, The J. Paul Getty Trust
Camille Silvy (1834-1910) foi um dos pioneiros da fotografia francesa. Cursou desenho e chegou a iniciar estudos de direito. Tirou as primeiras fotografias durante uma viagem à Argélia, em 1857. No ano seguinte, de regresso a França, captou cenas campestres da sua região natal, o vale de Huisne, talvez o quinhão mais pessoal e inspirado da sua obra que havia de ser mostrado numa exposição da Sociedade Francesa de Fotografia, em 1859.
Para além de paisagem, captou os efeitos do crepúsculo, do nevoeiro e do sol, registou cenas da cidade, na rua, no teatro, na ópera. Silvy mostrou ainda um gosto particular pela fotografia que mostrava a exuberância das roupas e dos adereços, notabilizando-se como fotógrafo da alta sociedade e de alguma realeza em Londres, lançando o formato carte-de-visite nessa cidade, por volta de 1860. No seu estúdio preparou e decorou uma sala particular para receber a rainha Vitória, o Queen`s Room, mas a monarca nunca chegou a aparecer perante o sua câmara. A actividade fotográfica de Camille Silvy foi largamente inspirada na visão do "pintor da vida moderna" esboçado por Charles Baudelaire (1821-67) no ensaio com o mesmo nome.
A National Portrait Gallery de Londres mostra até 24 de Outubro uma grande exposição de trabalhos de Camille Silvy que revelam os primeiros passos da fotografia de moda, de teatro e de rua. A Londres vitoriana e Paris estão em destaque nesse retrato do turbilhão moderno em que embarcaram as grandes metrópoles da época. Algumas das fotografias incluídas na exposição não foram vistas em público desde os anos 60 do século XIX.
Camille Silvy, tenente-general Clark Kennedy, 1860, albumina
© Victoria and Albert Museum
3 comentários:
Exelente documento fotográfico, gracias por compartirlo!! José
Incrivel, genial! Um documento secular de extrema plasticidade. Como um vinho envelhecido - cada vez melhor.
Abraço pessoal do Blog. Estão sempre revelando uma cultura de qualidade.
Belos documentos fotográficos, ainda ben que há fotógrafos que nos quardam os registos do passado.
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