24 junho, 2008

Martin Parr

Martin Parr
(
© PHE)

Martin Parr anda preocupado com o mundo e o PHotoEspaña deu-lhe um prémio

Mordaz. Irónica. Exagerada. Crítica. Há adjectivos que andam sempre colados às fotografias do inglês Martin Parr que hoje foi distinguido com o Prémio PHotoEspaña Baume & Mercier 2008, o maior galardão do festival que serve para reconhecer o seu percurso profissional e a sua influência na fotografia contemporânea. Na cerimónia de atribuição do prémio, em Madrid, Parr, fotógrafo da agência Magnum desde 1994, afirmou-se “muito preocupado com os problemas do mundo” e explicou que tem tentado “dar a volta à linguagem publicitária, tão colorida e viva” para tratar temas como a globalização.

A organização do festival destacou a influência da obra do artista “na estética da fotografia que hoje se pratica”. “O seu olhar excêntrico e satírico, os projectos cinematográficos e os livros que assinou convertem-no num dos fotógrafos mais conceituados da segunda metade do século XX”, refere o comunicado.

Martin Parr, considerado uma das eminências pardas da Magnum, é autor, em conjunto com Gerry Badger, de uma história de livros de fotografia (Photobook: A History, Phaidon, 2004/2006) que tem influenciado o mercado de compra e venda de álbuns de fotografia.

Na entrevista que deu ao PÚBLICO, em Novembro do ano passado, Parr mostrou-se muito crítico em relação ao estilo de vida “espampanante” do mundo Ocidental e vaticinou um futuro pouco radioso, mas sempre com o sarcasmo na ponta da língua: “Estamos a caminho do fim, porque o mundo não consegue sustentar este tipo de crescimento. E, já que vamos por aí abaixo, ao menos que o façamos de forma divertida. A gastar todo o dinheiro possível”.

Martin Parr fotografou durante muitos anos a preto e branco, mas a faceta mais conhecida do seu trabalho é aquela que mostra muitos dos vícios e comportamentos das sociedades contemporâneas em cores garridas e flashadas de perto.

No ano passado, o PHotoEspaña distinguiu o suíço-americano Robert Frank, uma das lendas vivas da fotografia mundial. A artista plástica Helena Almeida foi a única portuguesa a receber o prémio, em 2003.

Para além do prémio a Parr foram divulgados outros galardões do festival espanhol que decorre até finais de Julho:

>>Prémio Bartolomé Ros para o melhor percurso artístico na fotografia espanhola: Ricard Terré

>>Prémio Festival Off Saab: Galeria Moriarty, pela exposição Línea de Sombra, de Nicolás Combarro

>>Prémio do público M2-El Mundo: Teatro Fernán-Gómez. Centro de Arte/Fundación Banco Santander, pela exposição W. Eugene Smith. Más Real que la Realidad

>>Prémio Descubrimientos PHE08 Epson: Yann Gross

>>Prémio revelação Room Mate Hotels: Germán Gómez

>>Prémio PHotoEspaña OjodePez Volkswagen de Valores Humanos: Olivia Arthur


>>Post relacionado
>(*À conversa com... Martin Parr)

8 comentários:

Anónimo disse...

como dizia a Amália Rdrigues, "já não sei se me dão prémios por mim ou por eles" ;)

Anónimo disse...

Martin Parr preocupado com o mundo??? Isso ate da vontade de rir. Martin Parr 'e um oportunista que vive de caricaturas do mundo (dele proprio incluido, faca-se a devida justica).
Este Martin Parr 'e o mesmo que numa conferencia em Lisboa disse desconhecer qualquer trabalho fotografico portugues relevante, conhecendo apenas o livro "Lisboa, cidade triste e alegre" que lhe foi recomendado por um comissario portugues. Nem a humildade de reconhecer isso teve Martin Parr.

Anónimo disse...

E devia conhecer qual fotógrafo? Qual trabalho?
Talvez não haja mesmo muito para conhecer.

Mas isto, sou só eu e o meu mau feitio.

PSC

Anónimo disse...

Creio que esse mau feitio daria uma fotografia sublime.

Luiz Carvalho disse...

Bom essa de dizer que Parr não teria nenhum fotógrafo português para citar parece-me mesmo de burro trauliteiro. Razão tinha o Henri cartier-Bressn para não o querer na Magnum. Há dias o Erwitt comentava com alguém português no Sony Awards em Cannes: " O Parr dantes ainda fazia fotografias normais!"- Pois é: agora fotografa para os anormais que adoram premiar o diletantismo.

Anónimo disse...

A verdade é que Parr deveria ter citado Luiz Carvalho porque é um génio incompreendido. Vá escrever que é o que faz de melhor.

Poderia ter citado Helena Almeida se tivesse recordado, ou Nozolino se soubesse que este é Português.

Afinal quem poderia e deveria ter sido citado????

PSC

Anónimo disse...

Fotografia não é exclusivamente Foto Reportagem. E, neste capítulo, também há em Portugal grandes artistas. Não vale a pena mencionar nomes, que as comadres logo se assanham...
Também não vale a pena evocar-mos o BESPHOTO, que esse prémio deixa de facto muito a desejar. Até está a constituir um descrédito para a Fotografia Portuguesa...

Anónimo disse...

Rectifico no comentário anterior:
EVOCARMOS, em vez de evocar-mos, como escrevi por lapso.

 
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