22 dezembro, 2007

olá Pocoyo+pausa




Podes ajudar o Pocoyo?
Quem é que tu achas que tem a máquina fotográfica?


Ele vinha mais ou menos escondido. No meio das Crónicas de Narnia, do Ratatui e de outros que tais. POCOYO estava lá, quase esmagado por outros livros, mas prontinho para nos tirar retratos com a sua polaroid verde. E, à partida, nem era para mim. Eu seria só mais um “intermediário” nesta viagem dos livros pelo imaginário de cada um. Só que, confesso, esta história do POCOYO à procura do maquinão perdido conquistou-me e já não o consegui embrulhar em papel cinzento com estrelas brancas. Para já, este Pocoyo tira fotografias fica para mim. Pode ser Rita?

Fui comprar outro livro do Pocoyo ali acima.
Volto lá para princípios de 2008. Até já.

21 dezembro, 2007

décimo


Diz-me que gostas deste grupo…, s/d, s/l
(© Colecção particular)

A iniciativa O Melhor Blog Português 2007 classificou este blog em 10º lugar, na categoria Fotolog.
Apesar do equívoco da área onde foi colocado - o Arte Photographica é mais um blog “sobre” fotografia do que um blog “de” fotografia, e talvez por isso estivesse melhor na categoria Artes e Cultura – agradeço a todos os que nomearam este espaço.

20 dezembro, 2007

rabiosques

Carlos Pérez Siquier, sem título, Aguadulce 1980

Estão quase sempre ocultos, mas não falta quem olhe para eles. Às vezes de soslaio, à socapa, outras, à descarada, sem pudor. Os rabos andam por aí, e, de vez em quando, há objectivas que os apanham. A Fundação Canal, de Madrid, resolveu fazer uma resenha de algumas das melhores fotografias de traseiros tiradas no século XX por artistas como Robert Capa, Cartier-Bresson, Pérez Siquier, Mapplethorpe, Man Ray, Ramón Masats e Lucien Clergue. Ao todo há 67 imagens que exploram "as possibilidades artísticas do corpo humano visto por trás". Em Ocultos mostram-se rabiosques captados em perspectivas e contextos muito diversos. Há os emblemáticos, os jeitosos, os redondos, os sexy, os desajeitados e os bronzeados. E há até alguns cus de chumbo.

O correspondente do Público na capital espanhola foi ver a exposição e conta o que viu aqui.

Ellen von Unwerth, Isabelle's lesson, Paris, 1992


Ocultos
Fundação Canal, Madrid
Mateo Inurria, nº 2
Até 6 de Janeiro

19 dezembro, 2007

sinclair

The Bride Price, Chavosh, Afeganistão, 2005
(© Stephanie Sinclair)

Ghulan tem 11 anos e esta imagem, captada no Afeganistão, regista o dia do seu casamento com Mohammed, de 40. Foi tirada pela fotógrafa alemã Stephanie Sinclair e a Unicef Alemanha reconheceu-a como a Fotografia do Ano 2007. Durante o ritual de matrimónio Sinclair perguntou a Ghulan o que estava sentir naquele dia. A resposta, segundo um comunicado da Unicef, foi “nada”. “Eu não conheço este homem. O que é que deveria sentir?”.
Esta fotografia faz parte de um grande trabalho sobre o casamento precoce de raparigas no Afeganistão, no Nepal e na Etiópia levado a cabo por Sinclair entre 2005 e 2007.
De acordo com estimativas da Unicef, em todo o mundo, mais de 60 milhões de mulheres entre os 20 e os 24 anos casaram-se antes dos 18. No Afeganistão e em vários países do Sul da Ásia e de África “o casamento é visto como uma transacção comercial e não dá importância aos sentimentos pessoais. Neste processo, a noiva é o artigo de transacção – quanto mais jovem, mais cara”.
É a oitava vez que a Unicef alemã atribui este prémio, que tem como principal objectivo distinguir os fotógrafos que melhor captam as condições de vida das crianças em todo o mundo.

Para ver uma parte do trabalho de Stephanie Sinclair sobre o casamento precoce clique aqui.
Para ver os outros premiados clique aqui.
Para ver um post relacionado com Stephanie Sinclair clique aqui.

17 dezembro, 2007

à venda 4 - o que foi

Lote 43, autor desconhecido, pescadores


Estava predestinado a ser um leilão da palavra escrita, mais do que da imagem impressa e assim foi. A quarta venda organizada pela galeria Potássio Quatro tinha a fotografia como núcleo, mas o centro das atenções, como se esperava, voltou-se para os livros e manuscritos provenientes do espólio da família de Fernando Pessoa. A fotografia foi, aliás, uma das derrotadas da noite de 6 de Dezembro, com muitos lotes retirados sem qualquer licitação e outros vendidos sem grandes despiques. É um sinal que pode significar três coisas: lotes com preços de licitação demasiado elevados; inexistência (ou quase) de procura em Portugal; fraca qualidade dos lotes seleccionados.
Pelo menos 8 dos 31 lotes de fotografia foram arrematados depois do leilão fechado, o que mostra ainda alguma hesitação dos compradores na hora de lançar ofertas durante a venda.
Segue-se um balanço muito resumido do que se passou:

Surpresas

Lotes 7, 8 e 9
Vigé & Plessix Photographers, Universidade de Coimbra; Porto; Porto.
»»Das quatro excelentes albuminas postas em praça desta casa francesa apenas uma (Sé de Braga) foi retirada sem qualquer licitação. As outras foram vendidas por 600 euros. É raro encontrar albuminas de Portugal neste estado de conservação.

Lote 22
K, Lda. Studio, Chiado, Fernando Pessoa com Ferreira Gomes.
»»Este tríptico fotográfico de Pessoa tem um encantamento especial. Alguém percebeu isso muito bem e pagou por ele 2000 euros.



Lotes 23, 24 e 25
Mário de Sá-Carneiro
(1890-1916), manuscrito de Indícios de Oiro; Mário de Sá-Carneiro, scrapbook; Mário de Sá- Carneiro, scrapbook com recortes de imprensa.
»»E aqui a palavra escrita mostrou o que vale. Foi bonito de se ver o despique que provocaram estes lotes vindos do espólio dos familiares de Pessoa. O primeiro bateu o recorde do leilão ao ser vendido por 19 mil euros. A BN exerceu o direito de opção.

Lote 31
Portugal 1934, Lisboa, S.P.N (Secretariado Nacional de Propaganda).
»»Continua a subir de cotação este livro de propaganda ao Estado Novo. É um dos exemplos pioneiros em Portugal da utilização da fotomontagem para galvanizar as massas e divulgar os feitos da ditadura salazarista. Foi vendido por 3100 euros.


Lote 32
A Fábrica de Gás da Matinha, 1944
»»O preço de licitação base estava marcado nos 150 euros, mas depressa se percebeu que este livro não muito conhecido iria subir. Tem um arranjo gráfico inovador e ousado e a fotografia joga um papel principal.



Lote 41
Portugal 1940, Comissão Executiva dos Centenários, S.N.P., Lisboa, 1940.
»»É um livro que tenta apanhar a boleia do sucesso do seu predecessor, Portugal 1934. O conceito é o mesmo, com um arranjo gráfico em tudo semelhante à obra que tem dado que falar nos últimos leilões. Este livro foi arrematado por 2000 euros.


Desilusões

Lote 1
Francesco Rocchini (atrib.) 1820-1893, Torre de Belém.
»»Foi retirada de praça sem qualquer licitação esta albumina da Torre de Belém. É certo que as paisagens e a catalogação de monumentos sem vivalma, muito características do século XIX, têm um interesse limitado, mas esta imagem vale muito também pelo que simboliza.



Lote 14
Cunha Moraes
, Angola, 1886
»»O trabalho de Cunha Moraes em África é um dos expoentes máximos na história da fotografia portuguesa do final do século XIX. É no mínimo estranho que esta fotografia não tenha recebido qualquer proposta durante o leilão.


Lotes 45 e 46
Retratos Feijota, Amália Rodrigues; Thurton Hopkins, Amália Rodrigues no Luna Park, Lisboa.
»»Não despertaram grande interesse estas imagens de Amália Rodrigues. Se o primeiro era um retrato banal, a segunda imagem merecia outra atenção. Foi vendida um pouco acima do preço base (820 euros).

Lotes 47, 48 e 49
Sebastião Salgado, tropas portuguesas em Angola, Agosto de 1975.
»»Não houve uma única proposta durante o leilão para estas fotografias de Salgado. Verdade seja dita, à excepção de uma (lote 47), as fotografias restantes são meros registos de presença. Foram vendidas à posteriori pelo preço base, 300 euros cada.


Lote 50
Fernando Lemos, Intimidade no Chiado, 1949/52.
»»Esta prova feita a partir dos negativos originais mostra todos os ingredientes surrealistas do trabalho pioneiro de Fernando Lemos. Não suscitou interesse de ninguém na sala, mas acabou por ser vendida nos bastidores por 500 euros, o preço base por que foi lançada em praça.




Para ver o resultado final do leilão clique aqui.

a oeste, nada de novo


Sob a batuta do ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, foi lançada recentemente uma campanha que tem como principal objectivo dar uma "nova imagem de Portugal" lá fora. Chama-se Portugal Europe’s West Coast e para além do objectivo generalista já enunciado, a campanha quer atrair "actuais e potenciais visitantes, investidores e compradores de produtos portugueses".
Para tão difícil tarefa convidaram-se oito "talentos nacionais com expressão internacional" que serão relacionados com a ideia de "energias alternativas, área onde Portugal lidera".
Para além dos nove retratados, oito "personalidades" mais Portugal, há outro nome que tem assumido protagonismo: o do retratista. Diz-nos o texto de apresentação que o inglês Nick Knight "é um dos mais conceituados fotógrafos mundiais" e que "através da sua objectiva, o país é captado de uma forma criativa, dinâmica e inovadora".
O trabalho de Knight esteve sempre ligado à moda, à publicidade e à música. É comum ver fotografias suas em capas de discos e em revistas de moda internacionais. Já teve exposições no Victoria & Albert Museum e na Saatchi Gallery. Em 2000 lançou o projecto SHOWstudio.com, uma plataforma online onde é possível seguir o seu trabalho ao vivo.
A escolha de Nick Knight tem provocado algumas reacções negativas. Há quem fale do valor que cobra por cada fotografia final, há quem critique os truques de Photoshop, há quem aponte o facto de ser um inglês a promover Portugal e há também quem aponte a falta de aposta nos fotógrafos portugueses.
Recibos de pagamento e certidões de nacionalidade à parte, estas imagens de Nick Knight são bacocas e não fazem jus ao brilhantismo pelo qual foi contratado. Vender um país pela imagem não é bem a mesma coisa que vender malas da Yves Saint Laurent ou mostrar a Björk na capa de um CD.
Quem olha para estas sobreposições de retratos com paisagens do país “mais Ocidental da Europa” não vê (eu pelo menos não vejo) projectadas a “criatividade”, o “dinamismo” e a “inovação” que tanto se quer publicitar. O que se vê são rostos, entre o sensual e o sisudo, em osmose com os mais batidos postais ilustrados deste país – as praias, o sol, a luz, a areia e o Atlântico. E depois, duas paisagens onde isso tudo é condensado e ligado à ideia de energias renováveis, como se Portugal fosse mesmo um exemplo a potenciar de forma racional os seus recursos naturais e a inovar em energias alternativas.
Para ver todas as imagens da campanha clique aqui.
Para saber mais sobre o trabalho de Nick Knight clique aqui.

14 dezembro, 2007

ver Fernando

O Menino Imperativo do Vespeira, 1949/52-05
(© Fernando Lemos)

Andava de um lado para outro a compilar informação sobre Fernando Lemos e dei de caras com um filme sobre o artista, captado por ocasião da exposição Fernando Lemos e o Surrealismo, no antigo Museu de Arte Contemporânea de Sintra.
Não era preciso dizer, mas garanto-vos que vale bem a pena esperar uns minutos até as imagens carregarem até ao fim. O filme foi feito por Pedro Aguilar e Pedro Almeida.

Para ver o filme clique aqui.

Pôr do Sol e Alvorada, 1949/52-05
(© Fernando Lemos)

12 dezembro, 2007

d'Agata

Hamburgo, Alemanha, 2003
(© Antoine d'Agata)

Mais um texto retirado do livro Magnum, Magnum. Desta vez Patrick Zachmann escreve sobre Antoine d'Agata, que passou recentemente pela Galeria [kameraphoto].

I like the idea that Antoine d'Agata is part of the 'Magnum family', because there is nothing more stimulating than trying to make photographers fit in who don't conform to the usual image of our venerable agency. Nothing could be more boring than accepting a new photographer who is a clone of ourselves.

When I saw Antoine's work for the first time, I had a shock. I had become saturated with photography in general, which I found repetitive and limited. I had tried other formats - square, panoramic, colour, then cinema - all in an attempt to escape boredom or repetition. Suddenly, Antoine's work proved to me that with photography you could still surprise and move people.

I really loved these photos that brought me into the world of the night.
I found them unique, moving, sensual, brutal, sometimes even shocking, wavering between desire, pleasure and suffering - one moment attracting us to desirable bodies or exciting situations, and the next to something we have no reason to desire.

D'Agata spares us nothing, and he spares himself nothing. He seems to photograph everything he experiences, in its entirety, to excess. He puts himself in danger and takes photos at moments when most of us would have given up. You cannot tell where the private ends and the professional begins. This is what drives most photographers, in a constant to and fro between the inner world and the outer world. His work shows a need to speak, to show, to reveal oneself, to cry out - a sense of urgency, as if our existence was threatened.

Henri Cartier-Bresson claimed that one has to step back from reality and become invisible. Robert Capa said you have to get so close to your subject that you feel fear. As for D'Agata, while he belongs perfectly properly to the tradition of reportage, he gets close enough to his subjects to make them blurred, and even includes himself in some pictures, as if to show that to leave oneself out would be a delusion.

Whether it is the work of a photographer, painter or film-maker, a work of art makes sense and touches me when it bears traces of the artist's self-portrait.


Patrick Zachmann

Nuevo Laredo, México, 1998
(© Antoine d'Agata)

10 dezembro, 2007

picasso de perto


Picasso e Jacqueline “a fumar como os ciganos”, Califórnia
(© David Douglas Duncan)

O fotógrafo americano David Douglas Duncan andou sempre com a objectiva perto de Pablo Picasso desde que, em 1956, travou amizade com o pintor espanhol, por intermédio de Robert Capa. A galeria vienense Westlicht acolhe uma mostra de 110 fotografias de Duncan onde se revela a face mais íntima da vida e do trabalho do pintor cubista. Há 15 anos que não era mostrado o trabalho de conjunto de Duncan sobre Picasso.

Para ver mais fotografias expostas na Galeria Westlicht clique aqui.

Disparei. Carreguei no botão no momento certo, mas aquele não era Picasso. Era um mistério infinito

David Douglas Duncan


Picasso brinca com uma mascara e com uma peruca, Califórnia, 1957
(© David Douglas Duncan)

condessa Elena


É um poço de descobertas a meia dúzia de números do Século Ilustrado que comprei há uns dias. Não resisti partilhar este fait-divers da linda condessa germânica de olhos rasgados que partiu de Berlim para Londres com vontade de conquistar tudo e todos na capital inglesa. À sensualidade do olhar felino, Elena juntou um "truque": máquinas fotográficas miniatura, "as mais pequenas do mundo", a fazer de brincos... Um dos objectivos da excentricidade da condessa passava por encontrar marido. Será que conseguiu?

Proveniente de Hamburgo, Alemanha a condessa Elena Kaeiwski chegou a Londres com a frescura dos seus 21 anos, três máquinas fotográficas e, sobretudo, uma grande vontade de se distinguir. Na Alemanha, onde nasceu (Elena é filha de emigrantes russos fugidos à Revolução de Outubro), a rapariga tentou baldamente franquear as portas do êxito: agora, alcançada a maioridade, decidiu mudar de ares e jogar em Inglaterra os seus evidentes trunfos. As três máquinas fotográficas com que a bela condessinha desembarcou em Londres são as mais pequenas do Mundo e Elena usa-as como brincos. A beleza, a juventude e também a fascinação eslava já não bastam para atrair as atenções.

O truque de Elena (máquinas fotográficas como brincos) funcionou perfeitamente: ela encontrou trabalho como manequim numa casa de alta costura londrina e as suas fotografias começam a aparecer regularmente nas capas dos grandes magazines britânicos

A alguém que lhe perguntou o que significam as três máquinas fotográficas, que estão causando extraordinária sensação em Londres, a bonita condessa dos olhos verdes respondeu: 'Representam três objectivos: ficar em Londres, trabalhar para o cinema e encontrar um marido'


Século Ilustrado, 30 de Julho de 1955


09 dezembro, 2007

chang

A newly arrived immigrant, Nova Iorque, 1998
(© Chien-Chi Chang/Magnum Photos)

A Magnum está a comemorar o seu 60º aniversário. Uma das iniciativas que marca a efeméride da maior agência de fotojornalismo do mundo passa pela publicação do livro Magnum, Magnum, onde estão representados 69 fotógrafos da cooperativa. As 6 imagens de cada um foram seleccionadas e comentadas por outro membro da agência.

Bruce Davidson escreveu sobre Chien-Chi Chang. O texto é este:

I got to know Chien-Chi Chang at a small dinner party given in his honour by a New York Times photographer. He stood there quiet, self-composed and observant, like a photo-Buddha, but not with a protruding belly. The gathering was held in a walk-up apartment in what is called 'Chinatown'. I never felt comfortable with its designation because it denotes the 'Other'. Chinatown is thought of as a place of secrets, suspicion and strangeness. Actually, it is all of the above, but it is also a place where Chinese medical doctors practice, of store front shops with goods from Asia, neighbourhood schools, and families surviving and thriving in a New York City community that is vibrant and visually interesting.
It is where Chien-Chi Chang explores aspect of the culture and the people living there. He uncovers the idea of 'Chinatown' in a way that is both lyrical and poetic. This is not an easy thing to do when people may be illegal immigrants, suspicious of outsiders, or where taking an image may be frowned upon for spiritual reasons. I think of his image of a man sitting on a 'flop house' fire escape in the dog days of summer. He is in what appear to be his underpants. He is taking in some fresh air and a sense of his own freedom high above the teeming streets. It would be interesting to know how Chien-Chi found his way into this tenement and gained the trust of its inhabitants.
Chien-Chi seems to connect to alienation. In his portrayal of patients in a Taiwanese mental institution, he chooses to photograph a group strung together with a chain. Here he chooses a formal straight-on view. At the Venice Biennale and other exhibitions, he chose to make these images life-size. Chien-Chi comes to grips with the concept of isolation. These photographs put the viewer into a powerful confrontation with the subject that is visually innovative.
Chien-Chi takes a close-up look at the abuse and banality of arranged marital unions. These marriages between naïve Vietnamese country girls and much older Taiwanese men show the incongruity and despair that is brought to the surface in Chien-Chi's exploration.
Chien-Chi Chang's inner eye goes beyond today's edicts of the media. One will not see sound-bite, fast-food photography in his work. He takes on subtle and difficult subjects that often go unnoticed and brings to light a vision that is passionate, penetrating and profound. Certainly, we can all learn from him.


Bruce Davidson

Para ver um slideshow sobre o novo livro da Magnum carregue aqui.


08 dezembro, 2007

sozinhos

Piscina, Macau, 2005
(© José Maçãs de Carvalho)

José Maçãs de Carvalho confessou "algum afecto" por lugares onde reinam os sentimentos de solidão e de efémero, como os hotéis e os aeroportos. À medida que, nos últimos anos, foi viajando pela Europa e pela Ásia tentou fixar essa sensação de vazio que alguns lugares lhe provocaram.

O P2 publicou um portfolio com algumas dessas imagens aqui.

Hotel, Veneza, 2000
(© José Maçãs de Carvalho)

It`s a lonely planet - Part I, de José Maçãs de Carvalho
Galeria VPF Cream Art
R. da Boavista, 84, Lisboa
Até 31 de Dezembro

07 dezembro, 2007

saborear


A Assírio & Alvim acaba de lançar quatro livros sobre comida e receitas que são um regalo para a vista. Este casamento entre a cozinha e imagem fotográfica não é propriamente uma novidade nesta editora, que sempre se esmerou no conceito e produção de livros de fotografia. Quem não se lembra dos álbuns de Alfredo Saramago (texto) e Inês Gonçalves (fotografia)?
As fotografias destes livros são assinadas por Valter Vinagre e Duarte Belo.


06 dezembro, 2007

expectativa


Fernando Pessoa no Chiado com o jornalista Ferreira Gomes, K - lda (Studio) Portugal
(lote 22, licitação-base de 2 000 euros)

É hoje o leilão da Potássio Quatro na nova sede da galeria. Fernando Pessoa promete continuar a ser o protagonista da venda, não só pelas imagens onde é protagonista, mas também pelos documentos que lhe passaram pelas mãos.

Leilão P4
Photographs, rare &Photography Books and Advertising Art
Galeria P4Photography
Rua dos Navegantes, Lisboa, 9h30

Fernando Lemos, Intimidade no Chiado, 1949/52
(Lote 50, licitação-base de 500 euros)

ver os dias




Já não é o calendário que se pendura nas oficinas de mecânica e nas cabinas de camiões Tir. O erotismo e a sedução continuam a morar no calendário Pirelli, mas o grau de sofisticação a que chegaram as produções para a sua concretização colocam-no no campeonato da melhor fotografia de moda, capaz de marcar tendências e estilos.
O francês Patrick Demarchelier foi o fotógrafo convidado para conceber as imagens que vão olhar para os dias que passam em 2008. As fotografias foram captadas em Xangai e tentaram idealizar o universo Geisha século XXI.

Para saber mais sobre o calendário Pirelli 2008 clique aqui.


05 dezembro, 2007

 fotografiafalada


Espaço T
(© Inês d`Orey)

Esta imagem foi captada num contexto muito especial. Tirei fotografias antes do arquitecto ter decidido começar as obras de recuperação [do Espaço T]. Estas árvores são os restos de uma instalação feita para a casa que recebeu uma série de outras instalações que se espalharam pelas divisões do edifício.

(Inês d`Orey)

Porto interior
FNAC NorteShopping, Porto

Até 4 de Janeiro

04 dezembro, 2007

descobrir

Sally Mann Family Color, 1990/91

A fotografia de família é talvez das áreas da imagem mais subestudadas e desconsideradas, mas, ao mesmo tempo, aquela que mais olhares movimenta, mais paixões desperta e, claro, mais dinheiro dá a ganhar. A investigadora Paula Figueiredo, coordenadora do Serviço Educativo do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, dedicou uma tese de mestrado a este assunto – recentemente defendida no ISCTE - e propõe agora um seminário onde se discutirá o registo fotográfico de ocasião dentro do ambiente familiar.

O programa está dividido assim:

1ª sessão
A Fotografia de Família na Expressão do Anónimo – Definição de género fotográfico através dos contributos anónimos de poses informais, captadas no seio de uma família.

A Máquina Kodak – Atributo da cultura visual popular no registo do quotidiano dos finais do século XIX até aos finais do século XX.

A Fotografia de Ocasião em Portugal – Exercício contemplativo através de alguns exemplos apresentados e proposta de partilha de imagens a decorrer na 2ª sessão.

2ª sessão
Partilha de Olhares – Testemunhos pessoais partilhados com a presença de fotografias de família dos próprios.

A Fotografia de Ocasião no âmbito da Fotografia de Família – Um género fotográfico sustentado na expressão massificada, que revela hábitos pessoais da memória colectiva.


Anónimo, Portugal (?), c. 1940

Seminário Retrato de Família
Paula Figueiredo
6 e 13 de Dezembro, das 19 às 21h00


Instituto Potuguês de Fotografia de Lisboa
Rua da Ilha Terceira, 31 A
Tel.: 213 147 305

bisbilhotar


Vale a pena ler a última crónica de Pedro Mexia no P2 inspirada num livro recentemente publicado que reúne fotografias privadas de casais. São imagens que "perderam" o seu dono e estavam de certa maneira moribundas, mas renascem aqui como resposta à nossa insaciável necessidade de bisbilhotar.
O texto está aqui.


Couples (2007)
De Roger Handy e Karin Elsener
Ed. Abrams Image

02 dezembro, 2007

pensar

Atlântico visto do Cabo de Sagres, Pedro Neves Marques
(© Pedro Neves Marques)

Desde a primeira edição do prémio Bes Revelação que não se têm calado as vozes críticas a propósito do reconhecimento de trabalhos que usam o suporte ou a linguagem fotográfica dentro do vasto campo das artes visuais.

Sobre essa polémica Ricardo Nicolau, adjunto do director do Museu de Serralves, escreveu um curto ensaio onde se isolam problemáticas e se tentam identificar os campos de acção de cada artista seleccionado:

O que aconteceu à fotografia?*

‘O que aconteceu à fotografia?’ e, mais especificamente, ‘Onde está a fotografia?’, são duas perguntas recorrentemente associadas às duas primeiras edições do BES REVELAÇÃO, que apresentaram nos últimos anos, sempre na Casa de Serralves, o trabalho de jovens artistas – e não estritamente jovens fotógrafos – mostrando objectivos (esculturas e vídeos, nomeadamente) que à partida pareciam dissociar-se daquele suporte.
A presente exposição, apresentando trabalhos de Catarina Botelho, Ivo Andrade e Pedro Neves Marques vem confirmar, senão agudizar, aquelas dúvidas disciplinares, ou ontológicas, contribuindo mais uma vez para questionar o que se poderá afinal entender por ‘campo da fotografia’. Não apenas porque são de novo apresentados objectos (livros, peças escultóricas) e vídeos,mas também porque à produção fotográfica propriamente dita não correspondem autores fotógrafos, mas artistas. Explico melhor: mesmo quando se apresentam fitigrafias ded alguém, como CATARINA BOTELHO, que tem adoptado a fotografia como suporte exclusivo do seu trabalho, deve ter-se presente que este não se confronta com a história da fotografia, mas com a história das arte visuais, e que tem como horizonte de recepção o campo da arte, mais do que o da fotografia em sentido estrito – confirmam-no os projectos em que a artista se tem envolvido, os espaços e os contextos em que tem apresentado o seu trabalho, bem como a sua recepção crítica.
Optando pela fotografia instantânea, pelo “estilo sem estilo”, Catarina Botelho salvaguarda a natureza subjectiva e auto-biográfica do seu trabalho, plasmando o não procurado, o involuntário. Aponta a realidade ao mesmo tempo que nos recorda que a fotografia nunca a pode representar.
Ivo Andrade e Pedro Neves Marques, os outros dois artistas apresentados nesta exposição têm com a fotografia uma relação particular, cujas raízes se podem encontrar na arte dos anos de 1960 e 1970: utilizam, por vezes com fina ironia, a sua inata capacidade para descrever as coisas, a sua longa história de registo e de demonstração.

As imagens de IVO ANDRADE, por exemplo, jogam com o estatuto documental da fotografia, Fotografando batatas esculpidas em forma de rosto, e aoresentando-as como objecto técnico, informativos, o artista explora zonas liminares entre arte autónoma e documento útil.
PEDRO NEVES MARQUES, impõe o acto de fotografar como momento de autenticação, tirando partido da relação estrutural entre fotografia e legenda. Nos seus livros o artista aponta o limite do potencial documental da fotografia, declarando uma série de factos não verificáveis nos textos que acompanham as imagens – datas, localizações, itinerários.
É curioso como estes dois trabalhos, aparentemente afastados da fotografia em sentido estrito, de alguma forma herdeiros da arte conceptual, conseguem simultaneamente apontar para as características que podem ajudar a defini-la. Recordemo-nos que Jeff Wall argumentou num célebre texto
[1] que a orientação da arte conceptual para a fotografia representou uma curiosa procura do ideal modernista de auto-reflexidade di medium, permitindo localizar os traços que o definiriam.
Esta edição do BES REVELAÇÃO, permite uma aproximação crítica à fotografia, reconhecendo os esforços pioneiros dos artistas conceptuais dos anos de 1960 e 1970 e o compromisso dos seus “sucessores”, e instaura, pela terceira vez, a Casa de Serralves como um lugar priveligiado para examinar a relação da arte com a fotografia.

Ricardo Nicolau

*Título pedido de empréstimo a um livro que reúne uma série de conferências apresentadas no congresso Photography, Philosophy, Technology [Fotografia, Filosofia, Tecnologia], celebrado em Abril de 2002 e onde participaram nomes fundamentais da teoria da imagem, como David Green, Steve Edwards, Geoffrey Batchen, Peter Osborne, David Campany and Laura Mulvey. Este congresso foi o primeiro organizado pelo Photophorum, uma colaboração entre a Universidade de Brighton, o Kent Institute of Art and Design e o Surrey Institute of Art and Design University College. Foi criado com o principal objectivo de promover o debate crítico sobre a fotografia contemporânea, especialmente no que se relaciona com a sua função nas práticas artísticas. David Green (ed.), Qué há sido de la fotografia?, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, S. L., 2007.
1 Jeff Wall, “Marks of indifference: aspects of photography in, or as, conceptual art”, in Douglas Fogle (ed.), The last picture show: artist using photography. 1960-1982, Walker Art Center, Mineapolis, 2003, pp. 32-44 [originalmente publicado in Ann Goldstein e Anne Rorimer (org./ed.), Reconsidering the object of art, 1965-1975, Museum of Contemporary Art, Los Angeles, 1995, pp. 247-267].


Sem título (Luísa a descascar feijão verde), 2007
(© Catarina Botelho)

BES REVELAÇÃO
Casa de Serralves, Porto
Até 6 de Janeiro

 
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