22 março, 2007

recta final

Foi hoje divulgada a composição do júri do Prémio Fotojornalismo Visão 2007: MaryAnne Golon, Kadir van Lohuizen, Stanley Greene, Moises Saman.
O vencedor da sétima edição do galardão vai ser conhecido no dia 30 de Março, durante uma cerimónia no Centro Cultural de Belém. Um dia depois, às 16h00, no mesmo espaço, haverá uma conferência subordinada ao tema Fotojornalismo Hoje. O painel de conferencistas é o mesmo do júri do concurso.
O Prémio Fotojornalismo Visão é a maior distinção portuguesa na área da fotografia de imprensa. A edição deste ano recebeu um número de candidaturas recorde: 215 fotógrafos; mais de 6000 fotografias. Há sete categorias a concurso: Reportagem, Vida Quotidiana, Notícias, Retrato, Desporto, Espectáculo e Natureza. O prémio e de 2500 euros. O júri escolhe ainda a fotografia merecedora do Grande Prémio, no valor de 15 000 euros.

A organização do concurso fez um resumo da actividade de cada um dos elementos do júri:



MaryAnne Golon
Directora de fotografia da revista Time desde este ano. Trabalhou na mesma publicação como editora desde 1983. Liderou a equipa de fotógrafos que produziu as edições especiais do 11 de Setembro de 2001 e do furacão Katrina, ambas vencedoras do National Magazine Award para edições sobre um único tema. Individualmente, Golon já levou para casa vários prémios de fotografia da Pictures of the Year International (POYi) e da National Press Photographer’s Association (NPPA’s). Fez parte do júri do World Press Photo várias vezes, assim como de outros prémios internacionais de fotografia. Participa pela terceira vez no Prémio Fotojornalismo Visão. Este ano aceitou ser presidente do júri.


Jean-François Leroy
Jean-François Leroy é director-geral do Visa Pour l’Image, um dos mais importantes e conhecidos festivais internacionais de fotojornalismo que todos os verões se realiza em Perpignan, no sul de França. Enquanto fotojornalista, foi repórter da agência Sipa e colaborou com as revistas Photo-Reporter, Le Photographe, Photo-Revue. Foi editor da revista Photo entre 1984 e 1987. Em 1989, no ano em que se comemoraram os 150 anos do anúncio da descoberta do daguerreótipo, produziu, com Yann Arthus-Bertrand, um retrato fotográfico da França, projecto a que chamaram 3 Jours en France. No mesmo ano, fundou o Visa Pour l’Image. Hoje, além de director do festival de Perpignan, Jean-François Leroy é presidente do Institut des Images e gere a empresa Images-Evidence, do grupo Hachette Filipacchi. Já recebeu o grau de Cavaleiro das Artes e das Letras.


Kadir van Lohuizen
Fotografou vários conflitos internacionais e assuntos ambientais. Um dos seus projectos mais recentes chama-se Diamond Matters e deu-lhe fama mundial. Trata-se de uma série de fotografias que revelam as condições de trabalho e conflitos que rodeiam o negócio altamente lucrativo dos diamantes. Diamond Matters é também uma exposição que tem percorrido galerias de todo mundo, e um livro, que retrata o caminho das pedras preciosas, das paisagens lunares e aluviais das minas da África Ocidental até às joalharias da 5ª Avenida em Nova Iorque. Ganhou vários prémios, incluindo o maior prémio holandês de fotojornalismo, de Zilveren Camera, e dois prémios no World Press Photo. Ganhou o prémio Dick Scherpenzeel por imagens tiradas na Serra Leoa em 2000. O projecto sobre os diamantes já lhe valeu também um prémio para jornalismo de investigação na Holanda e na Bélgica. No livro Rivers, reuniu o resultado de sete anos de trabalho ao longo de sete rios de vários continentes.


Stanley Greene
Desde a queda do muro de Berlim, em 1989, quando fotografou uma rapariga no alto do muro com uma saia verde, um blusão de cabedal e um capacete da polícia da Alemanha de Leste, que as imagens de Stanley Greene correm mundo. Mali, Mauritânia, a guerra e a fome no sul do Sudão, o rescaldo do acidente de gás em Bhopal, na Índia, as operações de assistência dos médicos sem fronteiras no Ruanda e no Zaire foram algumas das suas reportagens. Em 1993, Greene foi premiado no World Press Photo por fotografias do ataque ao parlamento de Moscovo. Envolveu-se num projecto fotográfico sobre a rebelião da Tchetchénia, para onde viajou mais de 20 vezes entre 1994 e 2003. Daí resultou o livro Open Wound: Tchetchenia 1994 to 2003 e o prémio Picture of the Year pela história Tchetchénia, publicada na revista do New York Times. Stanley Greene, membro da agência Vu desde 1991, ganhou vários prémios de fotografia, entre os quais o W. Eugene Smith Award em fotografia humanística, que lhe permitiu continuar o seu trabalho sobre a região do Cáucaso. Em Junho, publicará um novo livro, Chalk Lines: The Caucasus.


Moises Saman
Fotógrafo do jornal nova-iorquino New York Newsday, foi notícia em Março de 2003, enquanto Bagdad estava a ser bombardeada. Ele e mais quatro ocidentais foram presos pela polícia secreta de Saddam Hussein, acusados de espionagem e levados para a prisão de Abu Ghraib. Viveram oito dias com outros civis iraquianos presos pelo regime. Moises Saman tem fotografado vários conflitos dos últimos anos. Esses trabalhos já deram origem a dois livros, Just War (2006) e This is War: Witness to Man’s Destruction (2004), testemunhos da dor e destruição causadas pela guerra e a realidade vivida na Palestina, Afeganistão e Iraque. O seu trabalho tem sido exposto em galerias na Europa e EUA. Nascido no Peru e com apenas 33 anos, Moises Saman já recebeu importantes galardões de fotojornalismo. Só este ano, ganhou prémios de duas instituições diferentes. Recebeu quatro distinções do New York Press Photographers Association e duas do World Press Photo, com reportagens sobre as eleições presidenciais no Haiti e a vida quotidiana no Afeganistão.

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