Gustave Caillebotte, Festa de barcos
Cortesia Comité Caillebotte, Paris
Lembro-me bem do momento. Ouvi um nome estranho - Caillebotte. Garantiram que o seu impressionismo pictórico vinha da fotografia - os enquadramentos, as figuras cortadas, a ousadia de planos, a instanteneidade... Fui confirmar, ver e ler e não mais esqueci o nome e a obra.
Gustave Caillebotte foi um experimentador e um patrono das artes impressionistas no último quarto do século XIX. Depois de herdar a fortuna do pai e da mãe, financiou vários artistas empenhados em retratar a realidade com o máximo de proximidade sensorial. Para além de mecenas, Caillebotte pintava com a despreocupação dos homens livres das amarras da subsistência. A influência da linguagem fotográfica na sua obra é conhecida e reconhecida. Já a proximidade (e influência?) da obra fotográfica do seu irmão, Martial, no seu trabalho era desconhecida.
O museu parisiense Jacquemart-André propõe desvendar um pouco dessa cumplicidade através da exposição Dans l'intimité des frères , Peintre et photographe, onde se revelam os cruzamentos da pintura impressionista com a fotografia e o universo artístico e íntimo dos irmãos Caillebotte. O espólio fotográfico de Martial, também compositor e pianista, revela afinidades com os temas representados nas telas de Gustave: vistas de Paris a partir de pontos de vista altos, paisagens à beira-rio, jardins... pela primeira vez as telas de Gustave (algumas das quais nunca vistas em público) são mostradas ao lado das fotografias de Martial.
Martial Caillebotte, Maurice Minoret a remar © D.R./colecção privada
O Museu tem disponível um site dedicado à exposição aqui
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