O mestre Daido Moriyama (Osaka, 1938) já leva 50 anos de fotografia. A galeria parisiense Polka mostra a partir de 27 de Maio Itinérances. Mémoires de la lumière, o percurso possível de um andarilho que ama a rua e os seus protagonistas, os seus movimentos e as suas geografias de incerteza, de penumbra e de rudeza.
Daido Moriyama começou por interessar-se pela pintura. Desistiu e trabalhou como gráfico em Osaka. Chegou a Tóquio em 1961 e integrou o grupo Vivo que se separou pouco depois. Foi lá que conheceu Eikoh Hosoe de quem se tornou assistente. No início de 1965 realizou em nome próprio uma série sobre a base americana de Yokosuka. Nippon Gekijo Shashincho (Japão - Um Teatro Fotográfico) foi o seu livro de estreia. Nele mostrou imagens de comediantes de rua (des)organizadas em justaposição, uma escolha fora dos cânones que lhe valeu o convite para integrar a seminal revista Provoke em contraciclo com o realismo académico e a fotografia como ilustração do mundo. Em 1972, publica mais dois livros, Karyudo (Caçador) e Sashin yo Sayonara (Adeus Fotografia), considerado um dos mais importantes livros de fotografia de sempre. A obra de Moriyama chegou à Europa apenas em 1985, através da exposição Black Sun - The Eyes of Four, no Museu de Arte Contemporânea de Oxford.
A próxima edição da revista Aperture publicará uma entrevista de Ivan Vartanian
a Moryiama, onde o fotógrafo japonês fala sobre este meio século de máquina na mão e sobre o seu trabalho recente a cor.
A Tate Modern agendou para o final do próximo ano uma exposição que confronta o trabalho de Daido Moriyama com o de outro gigante: William Klein (mais informações aqui).
“Photographs are fossils of light and memory, and photographs are the history of memory.”
Daido Moriyama, “The Myth of Light”, excerto das memórias “Memories of a Dog”, 2004
1 comentário:
Gosto imenso dos trabalhos dele.
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