12 março, 2009

Weegee em Madrid


Weegee, O palhaço Emmett Kelly, 1944
© Getty images

Retratos da cidade nua

Sérgio C. Andrade
(P2, Público, 06.03.2009)

Há um auto-retrato de 1942 que é todo um programa de vida. Arthur Fellig (1899-1968), mais conhecido por Weegee, abre a mala do Chevrolet e mostra o seu estúdio de trabalho em directo: a máquina Speed Graphic com o seu potente flash, o equipamento de revelação e impressão, a máquina de escrever e... a caixa dos charutos.
Weegee vivia praticamente 24 horas na rua, sempre perto do acontecimento e do que podia vir a acontecer, por via do rádio transístor com que captava em permanência as comunicações da polícia: acidentes, incêndios, lutas entre bandos, homicídios e todas as manifestações mais sórdidas das ruas de Nova Iorque, junto das quais chegava sempre em primeiro lugar. De passagem, também captava instantâneos da entrada e saída da ópera ou do cinema, dos restaurantes ou dos clubes. Para todas essas situações, Weegee moldava uma estranha e perturbadora fotogenia, sempre a preto e branco, que depois registou no seu livro Naked City (1945).

Uma retrospectiva da obra de Weegee - cujos trabalhos já puderam ser também vistos em Portugal, na Lisboa Photo, no Centro de Artes Visuais de Coimbra e no Museu de Serralves - está agora em exposição na Fundação Telefónica, em Madrid, até 17 de Maio. Tem como título óbvio Weegee's New York e conta com 270 fotografias da colecção privada dos suíços Michel e Michèle Auer.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olha! O Arthe Photographica, mudou de visual! Mas continua com a fluidez de um rio crepitante que corre para o mar… Desde que o conheço, já mudou três vezes! E o mais interessante é que nunca desfalece. Sempre ligeiro no seu curso. Umas vezes com mais espessura… mas sempre a correr, a levar e a trazer. Muitos olhos o seguem, quase sem tugir nem mugir. Por vezes,muito raramente, mesmo quando as águas já vão altas, aparecem uns rapazes rebeldes lá mais para os fundos, que ousam até mesmo trespassar as modas se for preciso, para resgatar o lado mais genuíno... (agora acabou a corda, não consigo continuar a frase).

 
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