03 novembro, 2008

Nicarágua


Nem sempre a abordagem jornalística é a melhor forma de informar, relatar ou explicar acontecimentos. Às vezes é preciso sair da linguagem e dos ritmos particulares desse protocolo para encontrar as imagens que melhor espelham a realidade, para uma aproximação mais eficaz aos pequenos detalhes que tantas vezes carregam as chaves dos mais complexos universos. Quando Susan Meiselas chegou à Nicarágua, no início de 1978, tratou de despir o traje de fotógrafa de guerra. Optou antes por um registo ensaístico, muito mais demorado e paciente, que lhe havia de trazer reputação e glória. Em 30 de Julho de 1978, o New York Times publicou uma série de fotografias suas que acompanhavam uma grande reportagem sobre a ascensão sandinista no país. O brilharete nas páginas do Times abriu-lhe portas para outros zonas quentes do globo, mas Meiselas preferiu ficar na Nicarágua durante largos meses para tentar "acompanhar o ritmo da história".
Em 2004, a fotógrafa da cooperativa Magnum voltou ao país para mostrar as suas imagens aos protagonistas que nelas aparecem. O DVD com essa deslocação (Pictures from a Revolution) é só um extra do álbum Nicarágua, agora reeditado pela Aperture, em colaboração com o International Center of Photography de Nova Iorque.

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