Não era nada que não estivéssemos à espera, mas agora parece que é de vez: a Polaroid anunciou no mês passado que vai deixar de fabricar quase todos os tipos de filmes para fotografias instantâneas. Vão fechar fábricas nos EUA, México e Holanda. Para esta decisão, a empresa alega "condições de mercado", que é como quem diz que as vendas baixaram a um ponto que se tornou insustentável a produção dos filmes de fotografia do tipo "já está!".
Há cerca de um ano, tinha sido abandonada a produção das máquinas Polaroid, um sinal de declínio acentuado com a preferência da maioria dos consumidores por aparelhos digitais que deram outro significado (e outro mercado) à instantaneidade fotográfica. É precisamente aqui - no digital - que a empresa joga os trunfos que lhe restam fazendo impressoras portáteis para telemóveis e novas máquinas digitais. Colada a esta decisão surge outra que abre uma nesga de esperança à continuidade dos tradicionais filmes - se outra empresa estiver interessada em fabricar os cartuchos instantâneos a Polaroid estudará a venda da licença.
Fundada em 1937 por Edwin Land, a Polaroid começou por fazer lentes polarizadas com aplicações científicas. A primeira máquina capaz de produzir fotografias instantâneas foi posta no mercado em 1948. No início dos anos 90, no auge do sucesso, chegou a facturar 3 mil milhões de dólares. Mas "o cancro do digital", como alguns lhe chamam, veio mudar radicalmente as regras do jogo, tal qual a própria Polaroid o fizera em meados do século passado, quando protagonizou uma lufada de ar fresco no mercado da fotografia e uma nova maneira de encarar o suporte e o acto fotográficos. Em 2001, a empresa declarou bancarrota e foi comprada por uma empresa do Minnesota, a Petters Group Worldwide, que afirma ter um stock de filmes que durará até 2009.
Depois deste anúncio, começaram a organizar-se vários grupos que tentam travar a morte do "conceito Polaroid" tal qual o conhecemos. O movimento Save Polaroid é um deles e pode ser visto aqui.
Este artigo da revista Wired de Janeiro de 2001 (dez meses antes da bancarrota) traçava um futuro risonho para a Polaroid.
O artigo que fez capa da Time em 1972 (Polaroid's Big Gamble on Small Cameras) está aqui.
28 março, 2008
Polaroid - fim da linha?
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1 comentário:
Não querendo fazer publicidade (não ganho nada com isso), o site http://www.unsaleable.com mantém vários produtos Polaroid em venda. Segundo eles, ainda terão stock (quer de máquinas quer de filme) durante algum tempo. Foi de lá que veio a minha... ;)
Cumprimentos
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