Acabei de ver no S. Jorge Zidane, un Portrait du XXIème siècle, concebido por dois manobradores da imagem: Douglas Gordon/Philippe Parreno.
Vemos ao longo desta meticulosa peça cinemática o vagabundear traiçoeiro do jogador francês em campo. Vemos quase só Zidane. Vêmo-lo de uma certa maneira que somos ele. E nem é por causa de o vermos tanto, tanto tempo e às vezes tão perto. Mas lá acabamos por respirar com ele. Por fintar, correr, suar e cuspir com ele. Acabamos por sofrer um golo. Marcar dois. Queremos a bola. E gritamos com ele: “ei!, ei!”. Assanhamo-nos. E depois desaparecemos na escuridão do balneário. Vemos quase só Zidane. Sabemos que há mais jogadores. Mas queremos ver só Zidane, sem o jogo mas no jogo.
Queremos sempre ver Zidane e ser ele naquele jogo – e este poder de mimetismo inebriante a fotografia é capaz de não ter.
Vemos ao longo desta meticulosa peça cinemática o vagabundear traiçoeiro do jogador francês em campo. Vemos quase só Zidane. Vêmo-lo de uma certa maneira que somos ele. E nem é por causa de o vermos tanto, tanto tempo e às vezes tão perto. Mas lá acabamos por respirar com ele. Por fintar, correr, suar e cuspir com ele. Acabamos por sofrer um golo. Marcar dois. Queremos a bola. E gritamos com ele: “ei!, ei!”. Assanhamo-nos. E depois desaparecemos na escuridão do balneário. Vemos quase só Zidane. Sabemos que há mais jogadores. Mas queremos ver só Zidane, sem o jogo mas no jogo.
Queremos sempre ver Zidane e ser ele naquele jogo – e este poder de mimetismo inebriante a fotografia é capaz de não ter.
2 comentários:
e o poder que a banda sonora (Mogwai) tem? A maneira como o magnifico som desta banda de Glasgow controla a maneira como "avancamos em campo" com Zidane? Mariana F.
Olá, estou de acordo com tudo menos com a conclusão! Penso que a imagem estática até tem mais poder de mimetismo que a dinámica. É certo que a imagem dinámica controla muito mais o olhar, mas a imagem estática dá muito mais espaço à imagunação e ao mimetismo...
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