Pyongyang I, 2007
(© Andreas Gursky / DACS. Courtesy of Monika Sprüth / Philomene Magers)
(© Andreas Gursky / DACS. Courtesy of Monika Sprüth / Philomene Magers)
A Wallpaper chama-lhe o fotógrafo vivo mais "coleccionável". É Andreas Gursky, o fotógrafo do todo pelo detalhe. Ou do detalhe pelo todo? Quem escolhe somos nós. E que melhor cenário para estes exercícios de estilo do que o festival de Arirang, na Coreia do Norte, onde milhares de pessoas se juntam para folclóricas coreografias de hossanas ao líder que está vivo e aos líderes que já morreram. A Wallpaper conta que Gursky precisou de 18 meses para convencer as autoridades norte-coreanas a fotografar os exercícios no Estádio de Maio. Depois da autorização correu para Pyongyang com uma máquina de grande formato. Dois zelosos "guias" fizeram-lhe companhia durante duas deslocações ao país, mas o fotógrafo alemão confessa que, à medida que os dias passaram, ia ficando cada vez mais tempo sozinho.
A propósito deste trabalho de Gursky, a revista lança uma dúvida: e se no desejo de estetizar um acontecimento colectivo de conotações políticas evidentes acabe por se anular a importância do indivíduo. “Por um lado, é, com certeza, preocupante, mas não se pode olhar para este fenómeno com os nossos valores”, defende-se. Numa passagem acerca da manipulação digital no seu trabalho, Gursky acaba por dar uma resposta complementar a esta inquietação: “Se se olhar de perto para aquela imagem de ginastas, que na exposição tem 4 metros, à primeira vista parece uma obra de 'computer art', por causa da repetição das figuras, mas, à medida que se olha mais de perto, verifica-se que há de facto interacção humana. É suposto eles fazerem exactamente os mesmo movimentos, mas pelo facto de serem pessoas nunca será exactamente assim, nunca será 'computer art'.”
A Haus der Kunst de Munique organizou uma grande retrospectiva do trabalho de Andreas Gursky que pode ser vista até ao dia 13 de Maio. A mostra viaja depois para Istanbul, Sharjah, Moscovo, Melbourne e Vancouver. Em Londres, também é possível ver parte do seu trabalho no White Cube Mason’s Yard (até 5 de Maio) e na galeria Monika Sprüth Philomene Magers (até 12 de Maio).
O portfolio da Wallpaper de Andreas Gursky está aqui.
Pyongyang I, 2007
(© Andreas Gursky / DACS. Courtesy of Monika Sprüth / Philomene Magers)
(© Andreas Gursky / DACS. Courtesy of Monika Sprüth / Philomene Magers)
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