Oficial das Nações Unidas transporta um polícia ferido. Timor-Leste, 25 de Maio de 2006, Manuel de Almeida (Agência Lusa)
“É uma imagem clássica do fotojornalismo. Transmite emoção, acção e um grande sentido de emergência”. A descrição é de MaryAnne Golon, presidente do júri que reconheceu esta imagem de Manuel de Almeida (Agência Lusa), captada em Timor-Leste, em 25 de Maio de 2006, como a melhor da edição deste ano do Prémio Fotojornalismo Visão/BES. O fotógrafo do PÚBLICO Daniel Rocha foi distinguido com uma menção honrosa, na categoria Notícias.
MaryAnne Golon, directora de fotografia da revista Time, revelou que quando o júri viu esta fotografia reagiu de imediato. “Percebemos logo que era uma fotografia forte. Foi tirada num país que não está ser acompanhado de forma eficaz pela imprensa mundial. É importante para Portugal e Timor-Leste que seja esta a imagem escolhida”, afirmou ao PÚBLICO já depois de a sala ter aplaudido de pé o fotojornalista vencedor.
Antes da cerimónia, um grupo de fotógrafos e curiosos olha atentamente as imagens submetidas a concurso que passam num ecrã. Qualquer uma delas pode ser a grande vencedora. De vez em quando há alguém que reconhece uma fotografia sua. Pode ser esta. Ou aquela.
À medida que os prémios e os cheques vão sendo entregues, cresce a expectativa na sala. Ainda antes no anúncio do Grande Prémio, um momento de suspense com um pequeno filme que faz um retrato dos principais momentos do processo de escolha. Stanley Greene, fotógrafo da agência Vu, defende a imagem vencedora dizendo que a cara do militar que carrega o corpo “concentra muitas emoções e transmite humanismo”. Antes da votação, MaryAnne pergunta se alguém quer defender outra fotografia. Perante o silêncio, pergunta quem é que vota na imagem de Manuel de Almeida. Todos levantam a mão.
O fotojornalista da Lusa recorda o momento do disparo que lhe valeu o galardão: “foi no dia em que chegaram as tropas australianas a Timor-Leste houve um tiroteio e eu estava perto. Não era um tiroteio qualquer, eram rajadas pesadas que davam a entender que alguma coisa grave se estava a passar. Corri para lá com polícias e jornalistas timorenses. A certa altura já não podia avançar mais. Dobrei uma esquina e deparo com dezenas de corpos estendidos no chão. Não havia quase ninguém de pé. Só este homem que corria e mais uma pessoa”.
No pequeno discurso improvisado, já de medalha ao peito, Manuel de Almeida alertou que “é preciso olhar para o que se está a passar em Timor-Leste”. “Temos de ajudá-los!”
Sérgio B. Gomes (Público, 31-03-2007)
4 comentários:
Boa tarde sergio! queria so fazer um reparo! não me chamo antonio pedro vilela, mas somente pedro vilela...
obrigado
Está feito o reparo. Aqui ainda é possível fazê-lo, no jornal é que já não. Fica um pedido de desculpa pela troca.
oh tudo bem. nao ha problema, alias foi no jornal que vi, depois quando vim aqui ao blog reparei que tambem estava mal
oh sergio desculpa! também esqueci-me de fazer outro reparo! já não sou fotografo do publico...agora sou freelancer, enfim...desculpa lá estar a corrigir aos poucos, mas só vou dando pelos erros aos poucos, já no site da visão, está igualmente errado...obrigado
fica bem
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