27 fevereiro, 2007

Blaufuks vence Bes Photo


I Spy, da série Collected Short Stories, 2003 ( © Daniel Blaufuks)


Daniel Blaufuks venceu a edição deste ano do Bes Photo, o maior prémio de fotografia atribuído em Portugal. O nome escolhido pelo júri foi anunciado esta noite. Para além de Blaufuks, chegaram à fase final do galardão Vasco Araújo, Susanne S. D. Themlitz e Augusto Alves da Silva. Do júri de premiação fizeram parte Kate Bush (directora da Barbican Art Gallery), Manuel Castro Caldas (director do Ar.Co), Olga Sviblova (directora e curadora do Moscow House of Photography), Pepe Font de Mora (director da Fundación Foto Colectania) e Tereza Siza (directora do Centro Português de Fotografia).
Daniel Blaufuks junta-se a Helena Almeida e a José Luís Neto, vencedores das duas edições anteriores.
Fotógrafo lisboeta descendente de judeus polacos e alemães, Blaufuks (n.1963), começou a estudar fotografia no Ar.Co (Lisboa), continuou no Royal College of Art (Londres) e na Watermill Foundation (Nova Iorque). No final dos anos 80, os jornais Blitz e Independente publicaram as suas primeiras imagens. Em 1991, colabora com o escritor americano Paul Bowles em My Tangier, projecto a partir do qual a sua fotografia fica ligada à literatura, paixão antiga à qual nunca se entregou "por falta de confiança" nos seus talentos. Para além do suporte fotográfico usa outros meios para apresentar as suas obras, como o vídeo e os diários fac-similados. Em 1994 publica os London Diaries e, um ano depois, apresenta Ein Tag in Mostar. Uma Viagem a São Petersburgo surge em 1998. Mais recentemente, em 2003, publicou Collected Short Stories, um conjunto de dípticos fotográficos que se apresentam como "uma escrita de instantâneos" para cruzar público e privado.
Tem também um trabalho paralelo como documentarista. O primeiro filme nesse registo, Sob Céus Estranhos (2002), aborda a passagem de refugiados judeus por Lisboa durante a Segunda Guerra Mundial. Paisagens Invertidas (2002) reflecte sobre a arquitectura portuguesa e Um Pouco Mais Pequeno que o Indiana (2006) problematiza a paisagem e a memória colectiva em Portugal.
A série que mostrou no Centro Cultural de Belém deu a ver imagens de Terezín (antes chamada Theresienstadt, República Checa), uma localidade transformada em campo de concentração pelos nazis alemães.
As respostas de Daniel Blaufuks ao *Três perguntas a... estão aqui.

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