A exposição Pacífico Inédito, 1862-1866 viaja do Porto para Lisboa. Antes da inauguração no Museu Nacional de História Natural, amanhã, haverá duas conferências, com início às 17h30, organizadas pelo Instituto Cervantes:
- A expedição e a exposição fotográfica, por Soraya Peña (coordenadora de exposições do Museu Nacional de Ciências Naturais, de Madrid);
- O legado cultural e científico da expedição, a sua conservação e recuperação, por Isabel Izquierdo (conservadora da mesma instituição).
Rafael Castro y Ordóñez foi o fotógrafo escolhido para acompanhar a chamada Expedição ao Pacífico, a última grande viagem científica espanhola às Américas. A decisão de enviar para o outro lado do globo, naquela época, alguém com capacidade para registar paisagens, costumes, tipos e cidades revela um modernismo perspicaz, uma grande visão estratégica de quem quer materializar uma nova abordagem do saber, cada vez mais alicerçada na imagem da realidade e já não apenas na realidade em si. Castro y Ordóñez terá conseguido trazer cerca de mil placas de vidro, das quais se salvaram apenas 300.
Boa parte dos negativos em vidro que deram origem a esta mostra, já vista em Nova Iorque, São Paulo e Rio de Janeiro, está em más condições. O espólio esteve na penumbra durante muito tempo. As cópias agora mostradas não escaparam às feridas desse esquecimento. Os riscos, a corrosão ou a quebra de objectos frágeis que eram as lamelas de vidro sensibilizadas não podem ser totalmente apagados das reproduções actuais. São danos irremediáveis. O que já não é irremediável é o trabalho de tradução dos textos que acompanham as imagens já expostas no Centro Português de Fotografia (da responsabilidade do Cervantes?). É pobre. Sobram nomes espanholados e algumas frases vertidas à letra perdem sentido. Fica a certeza de que podia ter sido feito bem melhor.
Pacífico Inédito, 1862-1866
Museu Nacional de História Natural, Lisboa
R. da Escola Politécnica, nº 58
Tel.: 213 921 816
Até 29 de Março
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