23 agosto, 2006

Joe Rosenthal (1911-2006)

Joe Rosenthal, Rising the Flag on Iwo Jima, 1945, Associated Press

Joe Rosenthal estava lá. No “instante fatal”, para apanhar o momento que condensa turbilhões de acontecimentos num só. É nestes casos que a imagem do acontecimento conquista um estatuto que se confunde com o do acontecimento em si. Rouba-lhe importância. Por causa da densidade de significados que comporta, em vez de mostrar o acontecimento a imagem eclipsa-o. E aí a fotografia ganha aura, liberta-se, deixa de estar só impressa em papel para morar no imaginário colectivo como “a imagem do acontecimento”. Chamam-lhe ícones.
Rosenthal nega qualquer encenação do momento, a imagem que ficou como símbolo da vitória das tropas norte-americanas na batalha do Mount Suribachi, na ilha japonesa de Iwo Jima, durante a II Guerra Mundial. Foi com esta fotografia, captada no dia 23 de Fevereiro de 1945, que Rosenthal, a trabalhar como correspondente da Associated Press, venceu o Prémio Pulitzer.
Joe Rosenthal nasceu em Washington em 1911. Começou a trabalhar na Newspaper Enterprise Association (São Francisco) em 1930, quando a fotografia ainda era um hobby para si. No Exército, a sua queda para a fotografia foi rejeitada por causa de problemas na visão. Em 1932, mudou-se para o San Francisco News, onde começou a carreira como fotorepórter. Quando a Associated Press comprou a Wide World Photos, Rosenthal fazia parte dos quadros da agência e passou a ser seu fotógrafo. Deixou a AP depois do final da guerra, em 1945, para se juntar ao San Francisco Chronicle onde trabalhou 35 anos até se reformar, em 1981.
Joe Rosenthal morreu no domingo em São Francisco com 94 anos.

Joe Rosenthal (Eric Risberg/Associated Press)

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