01 maio, 2009

a mala

David Seymour, máquina de escrever destruída depois de um bombardeamento, Gijon, Astúrias, 1937

O tesouro começa a revelar-se. A mala mexicana com 126 rolos de negativos de 35 mm pertencentes a Robert Capa, Gerda Taro e David Seymour foi aberta no ano passado. Agora, depois de um cuidado processo de restauro, as fotografias dos três míticos fotojornalistas captadas durante a Guerra Civil de Espanha começam a surgir. A maior parte serão inéditas.

O New York Times conseguiu um exclusivo ao publicar uma dúzia de imagens positivadas dos negativos que estiveram "escondidos" durante mais de 70 anos. Apesar da riqueza do conjunto, NYT sublinha a importância dos rolos atribuídos a Seymour - também conhecido por Chim, um dos fundadores da Magnum. Enquanto as objectivas de Capa e de Taro andaram mais focadas nas vicissitudes do conflito, mais próximas das linhas da frente, Seymour concentrou-se mais nas dificuldades do dia-a-dia da sociedade espanhola. O International Center of Photography, instituição que negociou a entrega da mala mexicana e que cuida agora do seu conteúdo, anunciou para Setembro de 2010 uma exposição retrospectiva dedicada a Chim, que será baseada nas imagens agora tratadas (um terço das fotografias da mala são da sua autoria).

Apesar da esperança alimentada no ano passado sobre a existência do negativo da famosa A Morte de um Miliciano (5 Set. de 1936), não existe na mala mexicana nenhuma sequência deste momento nem tão pouco a matriz que lhe deu origem (as imagens que circulam em papel fotográfico são feitas a partir de cópias vintage). A inexistência daquele que é considerado o Santo Graal da fotografia do século XX não retira um milímetro da importância deste conjunto que tem mais de 4300 imagens (no ano passado estimava-se cerca de 3500). Para Cynthia Young, curadora do ICP e uma das pessoas que esteve mais envolvida no tratamento do espólio, o conteúdo da mala mexicana dá "um entendimento profundo sobre a forma como os três fotógrafos trabalharam durante um curto período no qual criaram os arquétipos da moderna fotografia de guerra".

Para além da retrospectiva dedicada a Chim, o ICP promete também para 2010 uma exposição sobre o conteúdo da mala envolvendo os três fotógrafos.

O artigo do NYT está aqui
e a galeria com imagens da mala mexicana aqui

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© Tony Cenicola/The New York Times

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