O PÚBLICO e a ADIAC (Associação para a Difusão Internacional da Arte Contemporânea) acabam de lançar um álbum retrospectivo da obra de António Júlio Duarte, o fotógrafo da falsa luz, dos olhares difíceis. O fotógrafo dos retratos pelo não-retrato, ou a ausência, quase sempre, do que nele há de mais perturbador – o olhar. Presente nas grandes realizações da fotografia contemporânea dos últimos anos na Península Ibérica, António Júlio Duarte afirma-se a passos largos como um dos mais fracturantes fotógrafos portugueses, com imagens que questionam os lugares e a forma como os vivemos. Fotografia crua, despojada de malabarismos de estilo.
No meio de um panorama editorial de fotografia tão pobre, saúda-se a iniciativa deste álbum que inclui ensaios de Horácio Fernandez e Margarida Medeiros e um texto, em jeito de testemunho, do pintor João Jacinto a propósito da força plástica de um auto-retrato do António Júlio Duarte (contra-capa).
“Fotografo micro-acontecimentos. Não quero fazer discurso panfletário. Quero apenas constatar factos”
António Júlio Duarte, CCB, 3.02.2006
“Fixou-se somente numas quantas coisas, procurando passar despercebido (...) há que ser invisível para tornar o resto visível”Horácio Fernandez, in António Júlio Duarte, 2006
António Júlio Duarte, ed. ADIAC Portugal, Corda Seca, 2006. 179 págs. 15 euros.
4 comentários:
Uma edição que fazia falta!! Saúdo quem teve esta iniciativa e a tornou possível e deixo também o meu agradecimento ao António Júlio Duarte, cujo trabalho e (parte da) pessoa tive o prazer de conhecer e aprender com ele.
Júlio Santos
Considero a série dos cães de uma vulgaridade total. É fácil perceber esta vulgaridade pedindo a qualquer pessoa com animais de estimação, fotos dos bichos. Vão parecer a mesma "arte" da série.
O detalhe parece concentar-se onde a máquina de fotografar melhor percebeu o bicho e nunca numa interpretação do bicho.
Do pior, se não o pior, que já vi.
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Considero a série dos cães de uma vulgaridade total. É fácil perceber esta vulgaridade pedindo a qualquer pessoa com animais de estimação, fotos dos bichos. Vão parecer a mesma "arte" da série.
O detalhe parece concentar-se onde a máquina de fotografar melhor percebeu o bicho e nunca numa interpretação do bicho.
Do pior, se não o pior, que já vi.
End quote...
Se calhar preferias um cliché sem sentido a uma fotografia com um sentido e simbologia próprios... não?
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