10 julho, 2006

Fotógrafo da falsa luz

António Júlio Duarte, da série Canil, 2002


O PÚBLICO e a ADIAC (Associação para a Difusão Internacional da Arte Contemporânea) acabam de lançar um álbum retrospectivo da obra de António Júlio Duarte, o fotógrafo da falsa luz, dos olhares difíceis. O fotógrafo dos retratos pelo não-retrato, ou a ausência, quase sempre, do que nele há de mais perturbador – o olhar. Presente nas grandes realizações da fotografia contemporânea dos últimos anos na Península Ibérica, António Júlio Duarte afirma-se a passos largos como um dos mais fracturantes fotógrafos portugueses, com imagens que questionam os lugares e a forma como os vivemos. Fotografia crua, despojada de malabarismos de estilo.
No meio de um panorama editorial de fotografia tão pobre, saúda-se a iniciativa deste álbum que inclui ensaios de Horácio Fernandez e Margarida Medeiros e um texto, em jeito de testemunho, do pintor João Jacinto a propósito da força plástica de um auto-retrato do António Júlio Duarte (contra-capa).

Fotografo micro-acontecimentos. Não quero fazer discurso panfletário. Quero apenas constatar factos

António Júlio Duarte, CCB, 3.02.2006

Fixou-se somente numas quantas coisas, procurando passar despercebido (...) há que ser invisível para tornar o resto visível

Horácio Fernandez, in António Júlio Duarte, 2006


António Júlio Duarte, ed. ADIAC Portugal, Corda Seca, 2006. 179 págs. 15 euros.

4 comentários:

Anónimo disse...

Uma edição que fazia falta!! Saúdo quem teve esta iniciativa e a tornou possível e deixo também o meu agradecimento ao António Júlio Duarte, cujo trabalho e (parte da) pessoa tive o prazer de conhecer e aprender com ele.
Júlio Santos

Anónimo disse...

Considero a série dos cães de uma vulgaridade total. É fácil perceber esta vulgaridade pedindo a qualquer pessoa com animais de estimação, fotos dos bichos. Vão parecer a mesma "arte" da série.
O detalhe parece concentar-se onde a máquina de fotografar melhor percebeu o bicho e nunca numa interpretação do bicho.
Do pior, se não o pior, que já vi.

Anónimo disse...

Your site is on top of my favourites - Great work I like it.
»

Anónimo disse...

Quote...

Considero a série dos cães de uma vulgaridade total. É fácil perceber esta vulgaridade pedindo a qualquer pessoa com animais de estimação, fotos dos bichos. Vão parecer a mesma "arte" da série.
O detalhe parece concentar-se onde a máquina de fotografar melhor percebeu o bicho e nunca numa interpretação do bicho.
Do pior, se não o pior, que já vi.

End quote...

Se calhar preferias um cliché sem sentido a uma fotografia com um sentido e simbologia próprios... não?

 
free web page hit counter