Há exposições que deviam estar sempre lá - num sítio qualquer, a qualquer hora, para sempre. Sempre lá, para as vermos sempre. Sem constrangimentos. Há exposições, como "Far Cry" de Paulo Nozolino, que não vi e gostava de ter visto, quando o papel a preto e branco se pendurou nas paredes do Museu de Serralves.
Mas não importa. Vou vê-la agora de outra maneira, não menos poderosa - em livro. E logo num livro reconhecido pelo cuidado apurado com que tratou as imagens que saltaram da parede para o papel.
A indústria livreira alemã que se dedica à publicação de livros de fotografia premiou o catálogo com as imagens de Nozolino, resultado de uma parceria entre o museu nortenho e a casa Steidl. O Deutscher Fotobuchpreis 2005 considerou-o uma das melhores obras desta área publicadas na Alemanha durante este ano.
Não vi a exposição "Far Cry" nas paredes de Serralves. Vou ver a exposição "Far Cry" nas "paredes" de um livro. Onde quiser, quando quiser, as vezes que quiser - para sempre.
26 novembro, 2005
"Far Cry" para sempre
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5 comentários:
a paula rego diz que gosta sempre mais de ver os seus quadros nos livros.
talvez o nozolino concorde.
É capaz, não sei. Agora nem pensamos bem, mas isso de andar com bocados do mundo debaixo do braço tem o seu quê de caricato. O momento a partir do qual foi possível "passar" fotografias para folhas de papel marca uma das grandes revoluções da imagem gráfica.
nao andavamos já, com bocados de mundo debaixo do braço, antes da fotografia?
as mulheres até andam com pedaços de vida na barriga...!
eu vi a exposição "Far Cry" de Nozolino no mínimo umas 5 vezes. já vi o livro umas quantas vezes também. infelizmente ainda não consegui ter aqules "trocos" para o comprar e digo: o livro não é sobrevivente da exposição, todo ele É uma exposição que podemos ter em casa, no carro, em qualquer lugar
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