© Paul Fusco/Magnum Photos
Todas as fotografias carregam em si algo do sentido da viagem. As variantes são imensas, mas há fotografias (ou séries delas) que nos oferecem melhor o sentimento de embarque do que outras. E a ilusão técnica de movimento nem é o factor que mais determina essa nossa atracção por elas. Talvez seja a percepção de viagem infinita, o sentimento de continuidade que paradoxalmente nos é dado por um suporte descontínuo, limitado e finito.
É essa noção de viagem que nunca mais acaba que temos ao ver RFK, a série de fotografias que Paul Fusco captou para a revista Look no dia em que transportaram de comboio o corpo de Robert Kennedy (assassinado em Los Angeles a 5 de Junho de 1968) de Nova Iorque para Washington D. C. Ao longo das linhas, milhares de pessoas quiseram prestar homenagem a "Bobby", que lutava para ser candidato a Presidente dos EUA. No interior da composição, Fusco foi captando as mais variadas manifestações e os mais diversos cenários naquela que é uma das mais impressivas e extraordinárias séries de fotografia de reportagem alguma vez executada. E hoje parece que este comboio ainda não parou.
A exposição Paul Fusco: RFK Funeral Train Rediscovered pode ser vista actualmente no Norton Museum of Art, na Florida, EUA. Em 2008, por ocasião do 40º aniversário da morte de Robert Kennedy, a Aperture reeditou RFK, com 70 imagens inéditas retiradas da Look Magazine Collection depositada na Livraria do Congresso. A obra tem ensaios de Vicki Goldberg, Norman Mailer, Evan Thomas e Edward M. Kennedy.
Paul Fusco, s/t, da série RFK Funeral Train Rediscovered
© Paul Fusco/Magnum Photos
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