Alex Majoli, Olhando através do monóculo de um sniper, checkpoint na Ossétia do Sul
© Alex Majoli/Magnum Photos
© Alex Majoli/Magnum Photos
Depois do lançamento do álbum Georgian Spring é a vez de brilhar o site com os dez ensaios de fotógrafos da Magnum que andaram pela Geórgia na tentativa de construir um retrato identitário daquele país. A página georgianspring.com explica todos os pormenores do projecto, apresenta vídeos, podcasts e os portfólios de todos os fotógrafos envolvidos: Antoine d'Agata, Jonas Bendiksen, Thomas Dworzak, Martine Franck, Alex Majoli, Gueorgui Pinkhassov, Martin Parr, Paolo Pellegrin, Mark Power e Alec Soth. Aqui
4 comentários:
Há novos valores a brilhar no panorama do fotojornalismo para lá da Magnum. Veja-se como é confrangedora (e banal) a selecção de Martin Parr neste Georgian Spring(s)... Majoli e Pellegrin estão irreconhecíveis. Sinal dos tempos?
Obrigado pelo link.
O website está muito bom e dignifica o esforço de todos os fotógrafos.
Quanto aos trabalhos em si, não sustento o comentário anterior por inteiro, mas de facto o sentimento dos trabalhos é o de uma não proximidade com os lugares e pessoas fotografadas. Uma certa falta de à vontade, que poderá ser o resultado de falta de tempo, barreiras de comunicação, diferenças culturais, etc...
A maioria destes fotógrafos, pelo que se avalia das imagens, não tem experiência de cenários deste género. Parr conhece a fundo a sua Grã Bretanha, consegue entender os Americanos (não tão diferentes assim dos Ingleses), mas tem alguma dificuldade em mover-se por entre os Georgianos. No entanto, as suas imagens não o comprometem.
Traduzo a banalidade pelo preço que os fotógrafos com o seu protagonismo acabam por pagar. É ou deve ser complicado para uma pessoa como ele voltar a surpreender, pois a fórmula está gasta e neste momento amplamente difundida mesmo por outros fotógrafos mais novos.
Poderia dizer o mesmo de Alec Soth, que tem imensas imagens tiradas dentro de veículos e que estão aquém das que lhe conhecemos. Só o consigo reconhecer numa imagem. Todas as outras precisariam de ou pós-produção ou de mais tempo para que tivesse outro tipo de relacionamento com os seus sujeitos.
O trabalho mais seguro e consistente foi IMHO o de Mark Power, que criou imagens com uma linha estética bem definida e consistente (a lente "normal" também ajudou, com as suas linhas direitas e retratos frontais).
A soma dos trabalhos é interessante e só demonstra que os "grandes fotógrafos" também são humanos e quando desenraizados de um mundo conhecido também perdem a postura pela qual são conhecidos.
É sem dúvida bom ver que sabem aceitar desafios e não ter medo de mostrar os resultados (ainda que para muitas expectativas sobre si possam "desapontar").discou
A minha opinião é que neste momento se abre um poço cada vez maior entre o que é Fotojornalismo e o que é Fotografia Documental. E como, enquanto o Fotojornalismo é aquilo que sempre foi, mas a Fotografia Documental tem vindo a ganhar uma nova estética, por vezes é dificil ao espectador olhar para imagens de MartinParr, por exemplo, ou Alex Soth, e compreendê-las como um documento da realidade.
Acabam por ser, como é óbvio, mas é um retrato mais elaborado. Não é fotojornalismo.
É isso que podemos ver na maioria dos trabalhos expostos no Georgian Spring. E apesar de ser da opinião que a Magnum deveria continuar a apostar no Fotojornalismo (pela relação que sempre teve com ele), tenho que aceitar esta opção...
Julgo que este projecto acaba nem por ser nem Fotojornalismo, nem tão pouco Fotografia Documental. Há sobretudo alguma diversidade dada pela procura estética de cada um dos fotógrafos, mas que se sente mais forte dentro da chamada Fotografia Contemporânea e a Fotografia Contemporânea não é nem Fotojornalismo, nem Documentário.
É uma forma de Arte que acaba por ser um híbrido de todas os outros estilos.
Como o comentador anterior refere, é difícil entender as imagens como documentos de realidade. No entanto são registos e o que nos diz que daqui a uns anos, no Futuro, estes registos não sejam entendidos como a realidade do nosso tempo?
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