A mentira é um dos temas eleição do realizador americano Errol Morris, autor, entre outros, do documentário Standard Operating Procedure, que aborda o escândalo das fotografias da prisão iraquiana de Abu Ghraib tiradas por soldados americanos. Os ensaios que Morris tem publicado no blogue Zoom (New York Times) a propósito da mentira na fotografia (mas não só) são particularmente interessantes e muito úteis para quem se interessa por discussões (sempre frutíferas) como a que aborda a fiabilidade das imagens ou a que trata casos históricos de propaganda com recurso à fotomontagem.
Os últimos posts de Morris (dois primeiros de uma série de sete) recuperam as polémicas acerca das fotografias manipuladas/"encenadas" durante o período da Grande Depressão. Arthur Rothstein é um dos fotógrafos da agência do Governo dos EUA Farm Security Administration no centro da discussão. Mas o texto vai mais além questionando o "puritanismo" regularmente associado a todo o trabalho feito ao serviço da FSA. No post mais recente, Errol Morris entrevista James Curtis, professor da Universidade de Delaware e autor do ensaio revisionista Mind’s Eye, Mind’s Truth: FSA Photography Reconsidered (1991).
Está previsto para o fim deste ano a publicação de um livro que reúne uma selecção de ensaios de Errol Morris.
o Zoom está aqui
1 comentário:
A questão da manipulação na fotografia é tão antiga quanto ela própria. Imagino que podemos enfrentá-la de dois modos:
1. estabelecer limites no uso de certos procedimentos da linguagem, sobretudo os de pós-produção.
2. expor ao grande público os mecanismos de produção e edição da fotografia, da notícia e do documentário, de modo que possam medir suas expectativas e crenças diante das imagens.
Acho a segunda opção menos arriscada para os autores, e mais produtiva para o público.
Convido os colegas a visitar o Blog Icônica, que acabo de criar com o amigo Rubens Fernandes Junior (www.iconica.com.br).
Nesse momento, estamos com uma discussão semelhante.
Parabéns pelo trabalho de vocês.
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