26 outubro, 2009

entre aspas


László Moholy-Nagy, Photogram, 1928

Levantou-se com cuidado, às apalpadelas procurou e enfiou o roupão, entrou na casa de banho e urinou. Depois virou-se para onde sabia que estava o espelho, desta vez não perguntou Que será isto, não disse Há mil razões para que o cérebro humano se feche, só estendeu as mãos até tocar o vidro, sabia que a sua imagem estava ali a olhá-lo, a imagem via-o a ele, ele não via a imagem.

Ensaio sobre a cegueira, José Saramago

1 comentário:

Anónimo disse...

adoro Saramago.

 
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