“- O Teiger, o Sam Teiger, proprietário do Tavern, vê a Eve e traz à nossa mesa uma garrafa de champanhe. O Ira conviado-o a beber connosco e brinda-o com a história dos seus trinta dias como empregado do Tavern em 1929, e, agora que a sua vida se transformou, toda a gente aprecia a comédia dos seus infortúnios e a ironia de o Ira lá ter voltado. Todos nós apreciamos o desportivismo com que ele encara as velhas feridas. O Teiger corre ao escritório, volta com uma máquina fotográfica e tira-nos uma fotografia durante o jantar e, mais tarde, pendura-a na sala de fumo do Tavern, ao lado das fotografias de todos os outros notáveis que por lá tinham passado. Não teria havido qualquer razão para a fotografia não ter continuado lá pendurada até o Tavern fechar, já depois de 1967, se o Ira não tivesse ido parar à lista negra dezasseis anos antes. Soube que a tiraram de um dia para o outro, como se a vida dele tivesse sido transformada em nada.”
Casei com um comunista, Philip Roth, ed. Dom Quixote
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