Philip Gefter, ensaísta, antigo editor de fotografia do Times e autor do recente Photography After Frank (Aperture), escreve no blogue Lens sobre as diferentes fronteiras da imagem fotográfica. O texto Icons as Fact, Fiction and Metaphor está disponível aqui
24 julho, 2009
factos e ficção
Philip Gefter, ensaísta, antigo editor de fotografia do Times e autor do recente Photography After Frank (Aperture), escreve no blogue Lens sobre as diferentes fronteiras da imagem fotográfica. O texto Icons as Fact, Fiction and Metaphor está disponível aqui
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1 comentário:
Pela linha das notícias que têm sido "postadas" neste blog dá para entender onde se quer chegar, mas por muitos mais "argumentos" que possam ser colocados como tal, o que traíu o fotógrafo não foi o seu trabalho, mas as suas palavras.
A imagem é ficção. Compreende um acto criador ficcionado e nunca será real, pois é uma interpretação desse real por parte do autor.
Porém, quando o autor se quer ligar ao real através das palavras está a retirar-se do plano da subjectividade e a passar ao plano da análise do seu comportamento no plano da sociedade onde se increve e se procura inscrever.
Foi este o seu erro e foi este o seu acto que o tornou "julgável" aos olhos de todos.
Não falo de fotojornalismo, nem de fotografia artística; falo unica e tão somente de se proferirem palavras com vista a atingir um fim e mentir-se acerca disso.
O Sérgio pode continuar a postar os artigos que quiser, pois o que foi feito foi feito e nada poderá ofuscar o facto.
Se se tratasse de uma competição atlética, por exemplo ciclista, onde o atleta apenas se mune de uma bicicleta e de uma fraca vestimenta de lycra, onde mais tarde se provasse que o mesmo tinha conseguido as suas vitórias por uso de substâncias que o punham acima dos seus pares, naturalmente seria desclassificado e lhe teriam sido retirados todos os louvores.
Neste caso, o seu meio - que o justifica e o inscreve dentro do contexto mais alargado socialmente teria sido traído - é a confiança que é traída.
O que de facto, real, se pode observar foi que esse mesmo ciclista, como todos os outros, subiu a montanha, abasteceu-se de àgua e suou... no entanto teve uma ajuda extra.
Se neste caso o fotógrafo invocou o purismo da imagem pelas suas afirmações (o seu "doping"), então deveria ter sido penalizado por isso.
O trabalho continua lá, belo e bem composto, como a imagem do ciclista a passar a meta com larga vantagem sobre os seus adversários.
Quanto a um comentário objectivo sobre o artigo, o autor Alexander Gartner, comenta de facto a veracidade do fotojornalismo mostrando que existe mais do que a captura mecânica.
Gostei da forma como foi escrito e até dos seus argumentos, mas penso que falha num aspecto - a disponibilidade da imagem.
Se antes os meios de comunicação eram escassos, assim como a forma dessa informação chegar aos receptores; hoje em dia, a mentira tem uma perna mais curta.
No momento em que um fotojornalista capta uma imagem, existem mais dezenas, centenas ou mesmo milhares (dependendo da escala do evento) a capturar o mesmo (com telemóveis, máquinas digitais, etc...).
A verdade do fotojornalismo é agora posta à prova pelas várias centenas de outras imagens que acabarão por popular o "éter" e que serão igualmente "consumidas" pelos mesmos receptores (aliás, segundo um estudo recente da Goldman Sachs, os jornais são o órgão de comunicação que tem perdido mais audiência, mas o Sérgio sendo parte de um, deverá ter valores mais correctos e poderá validar esta informação).
Também é importante não esquecer que toda a imagem (fixa ou em movimento) está sujeita a ser adulterada. Uma reportagem televisiva também é obtida por montagem. Alguns planos são seleccionados como relevantes, outros nem por isso.
Não é a reprodução mecânica que garante qualquer veracidade no que é captado e esse é justamente um dos motivos porque a Fotografia e o Cinema são considerados Arte (uma velha guerra com a Pintura).
Contudo, o autor, não está livre de ser julgado pelas suas palavras.
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