25 abril, 2009

nan em tibães

Clemens in Nuremberg Eck, 1997
© Nan Goldin


Últimos dias para ver a exposição de Nan Goldin na Galeria Mário Sequeira (Quinta da Igreja, Parada de Tibães, Braga). O conjunto de 40 imagens representa o trabalho intimista e cru desenvolvido pela fotógrafa americana ao longo das últimas três décadas.

Nan Goldin é uma apaixonada historiadora do amor na era da sexualidade fluida, do glamour, da beleza, da violência, da morte, da intoxicação e da farsa. Uma atenção invulgar e atracção pelo drama e pelos lugares comuns da vida estruturam as suas fotografias. Tendo recebido uma câmara quando era adolescente, Goldin começou imediatamente a fotografar os que a rodeavam, um gesto bastante simples mas que se combinou com um sentido de história.

Ao capturar o presente, Goldin sabia, instintivamente, que aquele registo acabaria por produzir um passado. A partir do fluxo da experiência, captura momentos que, cumulativamente, contam histórias de amor, de amizade, de desejo e das suas ressacas. A sua câmara congela as idas e as vindas da experiência social do desejo; o amor e o ódio nas relações íntimas; momentos de isolamento, auto-revelação e adoração.

No trabalho de Goldin, a vastidão da experiência condensa-se em incidentes recordados: o fluxo e o tempo da vida podem ser capturados em imagens dos dias e das noites de pessoas conhecidas. Apesar de uma imagem isolada poder ser devastadora na sua intensidade e beleza, tal como um novelista ou um realizador de cinema, ela pensa simultaneamente em imagens isoladas e em sequências de imagens interligadas que formam uma narrativa.

Tendo intuitivamente desenvolvido o seu ponto de vista a partir de instantâneos dos seus amigos, Goldin encontrou no igualmente amador passatempo dos diapositivos a resposta para a sequenciação e edição de imagens. E descobriu então que o seu interesse pela fotografia residia na criação de narrativas imagéticas.

Ao longo da sua carreira, Goldin registou também espaços sem pessoas: paisagens, cenas urbanas e interiores. Seguindo uma tradição da fotografia que deixa o espaço físico funcionar como metáfora de um estado de espírito, Goldin elaborou um caminho alternativo baseado nas suas próprias viagens pela vida. De várias maneiras, utiliza o vazio destes espaços como uma metáfora da perda.

Nan Goldin é uma retratista de almas. Vê através dos olhos dos seus retratados, em ambas as direcções, e a sua visão inclui amigos, amantes, artefactos, roupa, quartos: o contexto da alma. Ela revê-se nos seus temas; as portas entre a sua vida e o seu trabalho estão sempre abertas de par em par. (...)

(fonte: Galeria Mário Sequeira)

Galeria com fotografias da exposição aqui

Nan Goldin
Galeria Mário Sequeira
Quinta da Igreja, Parada de Tibães, Braga
Até 4 de Maio

Sem comentários:

 
free web page hit counter