03 março, 2009

Arquivo Universal

Berenice Abbott, Pike and Henry Streets, Manhattan, 1936

Está agendada para terça-feira no Museu Colecção Berardo a abertura ao público da exposição Arquivo Universal - O documento e a utopia fotográfica que reúne mais de mil fotografias, revistas, filmes e documentos. As obras escolhidas têm um lastro temporal muito alargado: entre 1851 e 2008.
Produzida originalmente pelo Museu d'Art Contemporani de Barcelona (MACBA), em co-produção com o Museu Colecção Berardo, Arquivo Universal propõe uma análise alargada "à noção de documento na história da fotografia a partir do estudo e encenação de uma série de debates sobre o género, ao longo do século XX".
O texto de divulgação da exposição revela ainda o seguinte:

(...) Abordando várias hipóteses sobre os significados e mecanismos do género documental, (Arquivo Universal) traça um itinerário histórico que vai do início da hegemonia da fotografia na imprensa ilustrada, no primeiro terço do século XX, até à alegada crise do realismo fotográfico na era digital, no final do século. A exposição não pretende, no entanto, delinear uma história do género, nem esgota as suas definições possíveis, mas tenta, em vez disso, estudar a forma como tem sido constituído o documento fotográfico – de uma forma consistentemente polémica e ambivalente – em determinados contextos históricos. Desde que Grierson, fundador do movimento documental britânico no final dos anos 1920, definiu o documental como o 'tratamento criativo da actualidade', este género tornou-se a essência dos discursos sobre o realismo na fotografia e no cinema. Não obstante, os conceitos de documento e documentário adquiriram diferentes significados no decorrer do século XX. A complexidade das suas definições deve-se ao facto de que estes conceitos se inscrevem na filosofia do Positivismo, que une o conhecimento científico ocidental, e estão imbricados em campos discursivos e artísticos tão diferentes como as ciências sociais e naturais, o direito e a historiografia.

A exposição, patente até 3 de Maio, divide-se em três grandes núcleos: As Políticas da Vítima; Espaços Fotográficos Públicos; e a noção da fotografia como um instrumento para as ciências sociais e para a criação de arquivos de imagens em projectos históricos.

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