Eluana Englaro morreu na segunda-feira, depois de 17 anos em estado vegetativo e depois de 11 anos de envolvimento numa batalha legal pela liberdade de decidir o momento do fim da sua vida. Nos últimos dias entrámos na vida desta italiana e ficámos a conhecer o seu sorriso rasgado por imagens de um tempo em que a fatalidade de um acidente de viação ainda não tinha acontecido. Não foram tornadas públicas imagens recentes de Eluana que ilustrassem a condição em que vivia. Desconheço o motivo dessa decisão. Mas seja ele qual for, é certamente herdeiro dos legítimos direitos à imagem e à reserva da intimidade. No entanto, ao olhar para a rapariga escondida atrás da cortina de banho, de chuveiro na mão, ou para qualquer uma das outras fotografias que a família decidiu partilhar, questiono-me se não será mais intrusivo este contacto com momentos da vida de Eluana que, na verdade, não deviam ser chamados para o caso.
12 fevereiro, 2009
Eluana
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1 comentário:
Partilho consigo essa inquietação relativamente às imagens de Eluana. Parece-me até que chocam com a triste realidade que se viveu, pois as máquinas desligadas já não davam vida a esta Eluana sorridente das fotos mas apenas a um seu fantasma de que não vimos nenhuma imagem. Se a ideia era servir a causa da família, estas fotografias de Eluana são uma escolha infeliz.
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