27 julho, 2007

Hannah Collins

Hannah Collins, True Stories (Lisbon 2), 2006
(Colecção BES Art © Cortesia da artista)


(extracto da entrevista do catálogo Procurar Portugal 1994-2006)

Anabela Mota Ribeiro: No seu trabalho você estica essa artificialidade até ao seu limite máximo. E ao mesmo tempo revela uma artificialidade caótica, com antenas parabólicas nos telhados, e as obras na cidade. Deseja criar uma oposição entre a ideia de perfeição e o toque humano?
Hannah Collins: Não vejo o natural e o artificial nesses termos, é menos limitado do que isso, e mais como uma maneira de utilizar os meios como eram utilizados inicialmente para registar um espaço físico. Continuo a trabalhar simplesmente com os mesmos meios, as lentes da máquina fotográfica notam muitas coisas que não podem ser vistas pelo olho humano, mas isso é feito num momento que então é estendido por esse processo. (...) Nunca fui uma construtora de momentos, isso é o trabalho clássico do repórter de notícias. De qualquer maneira sou uma escultora ou artista, portanto muitos outros factores contribuem.

O espaço ocupado pelo homem é um dos seus assuntos principais. Também gosta de trabalhar com comunidades marginais, portanto gosta de fotografar pessoas. Pensa em fotografar os portugueses? Como é que eles gostariam de ser fotografados?
Posso facilmente imaginar-me a fazer um filme em Portugal, não tanto como fotografia.

O que poderíamos aprender sobre Lisboa e a alma dos portugueses pelas suas fotos?
Portugal tem uma realidade rica e complexa, e de certo modo muito humilde, com grandes raízes culturais que podem ser exploradas de várias maneiras. Eu faria talvez um filme sobre pessoas que se encontram para o pequeno almoço num bar perto das docas. Há uma sobreposição maravilhosa das pessoas com os sítios nas regiões de Portugal que visitei.

Que podemos aprender sobre você nestas imagens?
Eu estou interessada no espaço mental tanto como no espaço físico e gosto de fazer fotografias, e ver coisas dessa maneira mantem-nas simples.

Estas séries incompletas, (começadas há alguns anos), são como um diário da sua vida?
É um projecto contínuo que vai durar quanto tempo for necessário. É bom voltar de vez em quando ao projecto e trabalhar com mais imagens. Espero um dia fazer uma exposição delas todas juntas, msa como a série não está completa isso ainda não aconteceu.

Hannah Collins, True Stories (Lisbon 4), 2006
(Colecção BES Art © Cortesia da artista)


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Museu Municipal, Faro
Até 30 de Setembro

2 comentários:

Anónimo disse...

Gosto muuuuito deste site. Mesmo.

verde disse...

eu também. todos os dias visito.
é muito interessante o trabalho desta fotógrafa. esta série foi quase integralmente comprada por um Banco, acho que pelo BES.

 
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