Al Berto, Sines, c.1985
Walt Whitman, gravura de Samuel Hollyer, 1854
(a partir de daguerreótipo de Gabriel Harrison)
(a partir de daguerreótipo de Gabriel Harrison)
Al Berto e Walt Whitman - poetas que quiseram que a imagem do seu rosto e do seu corpo fosse um prolongamento dos seus textos.
O escritor de Sines (Coimbra, 1948 – Lisboa, 1997) foi um dos primeiros a ir contra a aversão dos editores às fotografias do autor na capa dos livros. Preferiu, desde logo, mostrar-se através da fotografia a quem percorria a sua poesia, os seus escritos.
Walt Whitman (Nova Iorque, 1835 – Nova Jersey, 1892) teve a ousadia de editar um livro com poemas da sua lavra (Leaves of Grass) identificando o autor apenas com uma gravura, aberta a partir de um deguerreótipo. Na maior parte das inúmeras reedições revistas e aumentadas lá aparecia a figura de Whitman em pose despreocupada e olhar ligeiramente desafiador.
A história da fotografia e da gravura de Whitman está aqui.
Numa altura em que passam dez anos sobre a morte de Al Berto, Paulo Barriga decidiu antologiar poemas do autor de O Medo que evocam o Alentejo. A obra chama-se Degredo no Sul. Al Berto está na capa, em nome e em fotografia, a olhar para dentro, em direcção à terra, ao caminho-chão. Degredo no Sul é lançado amanhã, às 16h00, na Casa do Alentejo, em Lisboa, onde serão ditos poemas em voz alta.
Degredo no Sul, Al Berto (Antologia de Paulo Barriga, Assírio & Alvim)
Leaves of Grass, Walt Whitman, 1855
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