João Lopes assina hoje um texto, no Diário de Notícias, sobre a utilização acrítica das imagens, partindo do exemplo dado ontem com a divulgação do vídeo de Saddam Hussein a caminho do enforcamento. Vale a pena ler.
“(...) vivemos num regime pornográfico das imagens em que tudo, mas mesmo tudo (incluindo a morte premeditada de um homem), é tratado como acontecimento 'normal' no interior de um fluxo de imagens que tende para a indiferença.”
5 comentários:
não podia estar mais de acordo. a necessidade voraz de imagens é um fenómeno bastante preocupante. ainda para mais quando essa necessidade não tem nada de estático e muito de voyeurismo acéfalo.
obviamente, onde se lê estático, leia-se estético...
Ninguém tem o direito de tirar a vida ao seu semelhante, porque no fim se torna igual a quem a praticou.
Ou existe assinato legal? a do estado é legal e a dos outros é ilegal????
Além que é vergonhoso as imagens que foram captadas por telemovel... mas a maior hipocresia (que ninguém fala) é que as mesmas foram encomendadas a troco de 20 mil dolares
"Lewis Payne tentou assassinar o secretário de Estado americano, W.H. Seward (...) Ele aguarda o enforcamento. (...) Observo, horrorizado, um futuro anterior em que a morte é a aposta (...) A fotografia diz-me a morte no futuro." - Roland Barthes "A Câmara Clara", Edições 70
Este comentário é sobre a terceira fotografia que poder ser encontrada em
http://photographyandimage.blogspot.com/2007/01/3-pictures-of-lewis-payne-by-alexander.html
Não foi intencional mas parece bem a propósito.
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