16 novembro, 2006

Para Paris

Vasco Araújo, da instalação O Que Eu Fui (2006)

Vista da exposição O Que Eu Fui, de Vasco Araújo, Galeria Filomena Soares, Lisboa (fotografia de Lúcia Conceição)



Arranca hoje a 10ª edição do Paris Photo, a feira internacional de fotografia antiga e contemporânea, uma das maiores montras mundiais da imagem fotográfica. Entre os participantes há 88 galerias e 18 editores, de 21 países. Portugal está representado apenas pela Galeria Filomena Soares que se estreia este ano no Paris Photo.
As propostas dos expositores são muito variadas e vão desde as mostras monográficas ou colectivas às imagens raras ou inéditas. Ao todo haverá fotografias de mais 500 artistas para apreciar. As casas livreiras ligadas à fotografia, como a Phaidon, a Hatje Cantz, a Stidl ou a Taschen, são outra das apostas do certame.
Para a edição deste ano, a organização decidiu fazer um convite de honra aos países nórdicos – Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia – pela sua contribuição para a renovação da fotografia contemporânea. A viagem pela criação imagética nórdica pode ser feita de 3 formas: pelas 8 galerias do sector Novos Talentos que exibem trabalhos de artistas emergentes; pela exposição principal que presta homenagem a cinco mulheres fotógrafas com credenciais firmadas - Charlotte Gyllenhammar (Suécia); Ulla Jokisalo (Finlândia); Astrid Kruse Jensen (Dinamarca); Ruri (Islândia); Mette Tronvoll (Noruega); e pelo Project-Room que propõe um olhar sobre a actual criação vídeo dos países nórdicos.
A Galeria Filomena Soares optou por exibir dois artistas que representam gerações muito diferentes na contemporaneidade artística portuguesa na área da fotografia. Vasco Araújo (Lisboa, 1975) tem conhecido uma carreira fulgurante, com uma exposição individual em Gand (2005), participações nas duas últimas Bienais de Veneza e de Moscovo e obras na exposição Densidade Relativa (CAMJAP, Fundação Calouste Gulbenkian – Lisboa). Mistura vídeo, fotografia e objectos vários em instalações barrocas e sofisticadas para uma reflexão dramática sobre o teatro de vaidades que são a arte e a vida. Na instalação sonora O Que Eu Fui (2006), as fotografias de estátuas de monumentos públicos misturam-se com a voz de uma mulher que, à beira da morte, discorre de forma crítica e irónica acerca da sua vida. Helena Almeida (Lisboa, 1934) mostra uma Pintura Habitada (1976) composta por 14 fotografias onde moram alguns dos movimentos artísticos pelos quais a artista orienta a sua obra – conceptualismo, performance, body-art.
Entre os galeristas, destaque para a exposição Photo libris, livres de photographes da Galerie Howard Greenberg (Nova Iorque) onde se podem apreciar livros raros de fotografia, cuja edição marcou a história deste suporte como são os casos de Tokyo (1960), de William Klein, Embrace (1971), de Eiko Hosoe, A dialogue wiht solitude (1965), de Dave Heath, East 100 th Street (1966), de Bruce Davidson, ou ainda Telex: Iran: In the name of the revolution (1983), de Gilles Peres.


Helena Almeida, segunda fotografia de uma série de 14 da instalação Pintura Habitada (1976), Galeria Filomena Soares


Paris Photo
Salon International pour la Photographie XIXe, Moderne et Contemporaine
Carrousel du Louvre, Paris
De 16 a 19 de Novembro

1 comentário:

Anónimo disse...

sonho ainda com a possibilidade de lá poder ir...

 
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