17 setembro, 2011

para Braga

Jan Vaca, da série Stalking, 2007
© Jan Vaca


Arranca este sábado a 21ª edição dos Encontros da Imagem de Braga, que se intitula “um dos mais antigos” festivais de fotografia da Europa. Novas visões na fotografia social é o tema genérico da edição deste ano tentando abarcar e compreender “o momento de crise” que se atravessa. Na voz da organização, um dos desígnios dos EI é justamente a reflexão sobre “cada momento”. E hoje parece mesmo incontornável não olhar para o presente sem olhar para “a crise”, onde quer que ela esteja colada.

New Life/New Document é uma das exposições centrais do festival, onde se revelam as transformações provocadas pela queda do muro de Berlim e pelos processos de adesão à União Europeia de alguns países do centro da Europa e que integravam o Pacto de Varsóvia. Perto de duas dezenas de fotógrafos da República Checa, Eslováquia, Polónia e Hungria fazem prova de uma nova abordagem ao registo documental, mais livre dos tradicionais espartilhos sociológico e humanista para se aproximarem, em termos formais, das possibilidades da fotografia a cores, do flash e dos grandes formatos. Os temas escolhidos são sobretudo os frutos proibidos durante os anos de maior controlo e censura, como a droga e a prostituição. Outra das mostras que percorre as mudanças ocorridas nos países da Europa de Leste chama-se Ausschnitte aus Eden (Excertos dos Paraíso), onde o irlandês Mark Curren se socorre dos suportes áudio, videográfico e fotográfico para revelar a destruição da paisagem da localidade de Lausitz, na ex-RDA.

Para um olhar mais próximo da realidade portuguesa, a organização convidou o colectivo kameraphoto a “construir um retrato actual do país”. Os olhares multíplices estão plasmados em imagens que vão desde o “discurso intimista, ao retrato, passando pelo drama das carências económicas”. A ideia é tentar traçar “um painel sociológico” que ilustre “as vicissitudes do momento”. Deste momento.

Para lá das 17 exposições que dão corpo aos EI 2011, haverá leitura de portfólios, oficinas, projecções, visitas guiadas e a entrega do prémio Emergentes DST, no valor de 7500 euros. O festival, dirigido por Rui Prata e Ângela Ferreira, está espalhado por vários espaços da cidade e termina no dia 30 de Outubro.

O programa completo das exposições está aqui


Sandra Rocha
© Sandra Rocha/kameraphoto

 
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