© Filip Dujardin
Guimarães, paisagem transgénica
Sérgio C. Andrade, Ípsilon, Público (22.07.2011)
Já estamos a ver o fotógrafo flamengo Filip Dujardin (n. Bélgica, 1971) a compactar as muralhas do castelo de Guimarães com as ruínas das fábricas têxteis do Vale do Ave em construções futuristas inscritas no cenário dos verdes prados minhotos...
Dujardin esteve no passado fim-de-semana nesta região a tomar um primeiro contacto com a arquitectura de Guimarães e com o que resta dela nas margens do rio Ave, até Vila do Conde. No final, e antes de regressar a casa para fazer as primeiras montagens com o material recolhido, Dujardin testemunhou ao Ípsilon as impressões fotográficas que guardou desse fim-de-semana minhoto: “Guimarães é muito pitoresco, é uma terra muito simpática, e muito bela para fotografar”, comentou, mostrando-se principalmente impressionado com a omnipresença da pedra, da rocha, do granito.
Definindo-se como “um fotógrafo da arquitectura”, Dujardin diz que é sob essa perspectiva que vai “reconstruir” a paisagem que veio conhecer ao Norte de Portugal. É um dos quatro estrangeiros que foram convidados a participar no projecto Missão Fotográfica. Paisagem Transgénica, comissariado por Pedro Bandeira e Paulo Catrica e incluído no calendário de Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura.
Os artistas que completam o grupo são o sueco J.H. Engström (que está também esta semana em Guimarães, a fazer o reconhecimento do terreno), o italiano Guido Guidi e a norte-americana Katalin Deér (estes dois viajarão até nós em Setembro, altura em que Dujardin vai também voltar para nova etapa da sua “missão”).
Pedro Bandeira explicou ao Ípsilon que o projecto tem como objectivo pôr em diálogo “diferentes olhares e diferentes abordagens” de Guimarães e da paisagem industrial do Vale do Ave: “Não nos interessa captar a Guimarães patrimonial”.
Antes olhá-la de uma forma diferente e distanciada, seja pela objectiva mais documental e realista de um Guido Guidi, com as suas fotografias de grande formato, seja pela aproximação mais formalista, ficcional e mesmo poética de um Filip Dujardin. O resultado desta “Missão Fotográfica” vai ser exposto em Março do próximo ano.
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