João Castilho, da série Redemunho
© João Castilho
© João Castilho
# Na televisão, logo de manhãzinha, quatro jornalistas conversam com Felipe González, a eminência (pouco) parda da política espanhola, sobre a crise e a soluções para voltar a respirar acima da linha da água. Quando uma televisão começa o dia desta maneira é porque a coisa pode ser mesmo grave. Afinal é possível: um político pode falar na televisão durante mais de três minutos seguidos sem ser interrompido.
# Com tanta conversa até me perdi nas horas. Engoli o café e quando cheguei ao Instituto Cervantes para mais um inauguração PHE um polícia carrancudo quis saber o que levava na mochila. Logo a seguir, uma senhora simpática agarrou-me pelo braço e perguntou-me o nome e, sem mais, enfiou-me na conferência de imprensa Percepciones del consumidor español ante el robo de identidad. Nem reagi, não sei bem porquê, talvez por causa do polícia carrancudo. Antes de entrar na sala, os jornalistas tinham de passar por um painel em frente ao qual um rapaz disfarçado de polícia tirava instaxes (o suporte com que a FujiFilm tentou imitar a Polaroid). Puseram-me um cartaz à frente do peito e o flash disparou numa brincadeirinha de marketing cujo objectivo real desconheço. Duas raparigas levaram-me depois para a antiga caixa forte do edifício onde está instalado o Cervantes e eu então percebi que estava no casamento errado. Como uma vez um tio meu que seguiu o carro dos noivos de outra família. Saí de fininho já com uma nota de prensa na mãos que titula Los españoles afirmam estar muy preocupados por el robo de identidad pero son poco precavidos.
# Alejandro Castellote e Juan Antonio Molina fizeram um bom trabalho de comissariado dos Encubrimientos (os Descubrimientos voltados apenas para os fotógrafos da América do Sul). Ficaram-me especialmente os trabalhos de João Castilho (Brasil), Sebastián Friedman e Alejandro Lipszyc (ambos da Argentina).
# Saquei da instax para me rir mais um bocado. É anedótica. Mas pelo menos dá para ver que meço 1,75 cm.
# Ali a dois passos, Juergen Teller apresentava Calves & Thighs, fotografias esbranquiçadas ora intimistas, ora absurdas ou as duas coisas juntas. Quase todas à procura da provocação.
# Na Alcalá quase todos os dias há uma manifestação. Hoje eram os trabalhadores dos correios. As pandeiretas e os apitos davam o tom de samba com que os sindicatos querem fazer dançar as medidas de austeridade decretadas por Zapatero.
# Os vídeos de Roman Signer no Matadero casam na perfeição com o local. Rastilhos, explosões, fumo e fogo numa sala negra por onde também já andou a língua do diabo.
# Num par de dias já ouvi três pessoas a dizer que é preciso reciclar os actuais políticos, ou lá o que isso significa na realidade. É capaz de ter a ver com aquela coisa de esquerda e direita.
# Com tanta conversa até me perdi nas horas. Engoli o café e quando cheguei ao Instituto Cervantes para mais um inauguração PHE um polícia carrancudo quis saber o que levava na mochila. Logo a seguir, uma senhora simpática agarrou-me pelo braço e perguntou-me o nome e, sem mais, enfiou-me na conferência de imprensa Percepciones del consumidor español ante el robo de identidad. Nem reagi, não sei bem porquê, talvez por causa do polícia carrancudo. Antes de entrar na sala, os jornalistas tinham de passar por um painel em frente ao qual um rapaz disfarçado de polícia tirava instaxes (o suporte com que a FujiFilm tentou imitar a Polaroid). Puseram-me um cartaz à frente do peito e o flash disparou numa brincadeirinha de marketing cujo objectivo real desconheço. Duas raparigas levaram-me depois para a antiga caixa forte do edifício onde está instalado o Cervantes e eu então percebi que estava no casamento errado. Como uma vez um tio meu que seguiu o carro dos noivos de outra família. Saí de fininho já com uma nota de prensa na mãos que titula Los españoles afirmam estar muy preocupados por el robo de identidad pero son poco precavidos.
# Alejandro Castellote e Juan Antonio Molina fizeram um bom trabalho de comissariado dos Encubrimientos (os Descubrimientos voltados apenas para os fotógrafos da América do Sul). Ficaram-me especialmente os trabalhos de João Castilho (Brasil), Sebastián Friedman e Alejandro Lipszyc (ambos da Argentina).
# Saquei da instax para me rir mais um bocado. É anedótica. Mas pelo menos dá para ver que meço 1,75 cm.
# Ali a dois passos, Juergen Teller apresentava Calves & Thighs, fotografias esbranquiçadas ora intimistas, ora absurdas ou as duas coisas juntas. Quase todas à procura da provocação.
# Na Alcalá quase todos os dias há uma manifestação. Hoje eram os trabalhadores dos correios. As pandeiretas e os apitos davam o tom de samba com que os sindicatos querem fazer dançar as medidas de austeridade decretadas por Zapatero.
# Os vídeos de Roman Signer no Matadero casam na perfeição com o local. Rastilhos, explosões, fumo e fogo numa sala negra por onde também já andou a língua do diabo.
# Num par de dias já ouvi três pessoas a dizer que é preciso reciclar os actuais políticos, ou lá o que isso significa na realidade. É capaz de ter a ver com aquela coisa de esquerda e direita.
1 comentário:
Sorry for not writing in Portuguese, I can read it but not write it. But I agree with the comment on Roman Signer, I was surprised by how well related where the videos and the place where they have prepared the installation, the darkness offers a great atmosphere and makes the boxes and the boots more mysterious.
Enviar um comentário