10 abril, 2010

Público-20 anos de fotojornalismo (XVI)

© Daniel Rocha/Público

“Os reflexos do comunismo”, um funeral diferente ou o carisma de Cunhal
Daniel Rocha, 2005


Sintetizar na multiplicidade, sintetizar no caos. Na fotografia de Daniel Rocha mostram-se o punho, as palmas e o povo. Mostra-se a bandeira da foice e do martelo a cobrir outro símbolo que fisicamente se eclipsa – o de Álvaro Cunhal. Está tudo lá, numa imagem, até parece simples, mas não é. Para o funeral do carismático líder dos comunistas, foram destacados três fotojornalistas. Daniel Rocha ficou com uma parte do percurso, mais concentrado na multidão. Neste jogo de reflexos, transparências e duplas imagens que se contaminam e se confundem, confrontam-se os mais importantes símbolos do comunismo num momento de transição fundamental. “Fotografar um funeral é diferente de fotografar outro tipo de multidões. Sempre que me compete este tipo de trabalho, tento colocar-me na pele de quem perdeu um familiar, um amigo ou um ídolo carismático como era Álvaro Cunhal”.

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