13 fevereiro, 2010

WPP09

© Pietro Masturzo


O fotógrafo italiano Pietro Masturzo venceu o World Press Photo of the Year 2009 com uma imagem que mostra um grupo de mulheres num telhado a gritar em protesto nos dias seguintes ao anúncio dos resultados das polémicas eleições presidenciais no Irão que colocaram novamente no poder Mahmoud Ahmadinejad.
"A fotografia mostra o princípio de alguma coisa o princípio de uma grande história. Acrescenta perspectivas à notícia. Toca-nos tanto visualmente como emocionalmente, e o meu coração entregou-se imediatamente”, afirmou o presidente júri da 53ª edição do prémio, Ayperi Karabuda Ecer. A reportagem de Masturzo valeu-lhe ainda o primeiro prémio na categoria Pessoas nas Notícias.
Para ver uma galeria com algumas das imagens premiadas clique aqui

1 comentário:

António Campos Leal disse...

Não sou desde há alguns anos um apreciador dos chamados “World Press Photo”, não que esteja em causa a qualidade (?) dos trabalhos apresentados, mas pela monotonia de uma escolha em que mais do mesmo serve para repercutir um tipo de pensamento que por vezes se aproxima de um absurdo repetir de uma primeira página de qualquer pasquim sensacionalista que espreme sangue e dor até à última gota, até ao último suspiro.
Alguns trabalhos se não fosse a existência de uma legenda ou texto introdutório seriam completamente esvaziadas do significado que lhe é atribuido. Veja-se a título de exemplo a foto do “grupo” de mulheres protestando “nos dias seguintes ao anúncio dos resultados das polémicas eleições presidenciais no Irão”.
“A fotografia mostra o princípio de alguma coisa o princípio de uma grande história. Acrescenta perspectivas à notícia. Toca-nos tanto visualmente como emocionalmente, e o meu coração entregou-se imediatamente”, afirmou o presidente júri da 53ª edição do prémio, Ayperi Karabuda Ecer.”
Pela textualização do “artephotographica” quer na descrição da situação quer pela sensibilidade de um dos membros do júri ficamos a saber que três é um grupo, pior que nos idos de 60 em que mais de três era um ajuntamente e eu que eram precisos quatro para formar o grupo. Ficamos também a saber pela descrição que estão a protestar e não a chamar a vizinha nem a chamar os filhos para almoçar. Pois só pela descrição é que o sabemos, pela fotografia não iriamos lá e a sorte para o autor é que a tragédia do Haiti foi mais tarde senão a tragédia seria a mais premiada e a fotografia do grupo das mulheres perder-se-ia numa qualquer pasta de arquivo digital. Sempre esse o espíriti de uma proposta quanto o tempo em que os ardinas apregoavam o jornal gritando, “olho’ó desastre trás o desastre”, por vezes o desastre era a derrota do S.L.Benfica ou do F.C.Porto. Mas o sangue atraía a clientela que sempre gostou de espreitar pelo canto do olho a desgraça alheia e que pela mão de um certo tipo de informação passou a olhar frontalmente como se de uma qualquer irrealidade se tratasse.
Banalidade, sim é o que realmente nos é proporcionado por um certo espírito de mediocratização ( leia-se democratização da mediocridade), que alguns assumem na defesa de uma normal aceitação como se de verdadeiras manchetes se tratasse ou com mais valor, de uma verdadeira obra-prima.
Portanto paciência vão para a bicha, antes comprem o acesso e deliciem-se em corredores apertados, comi luminação deficiente e ouvindo belos comentários.
A favor do “World Press Photo” e da grande qualidade fotográfica que todos os anos nos propõe.
Paciência.

 
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