03 janeiro, 2009

criticar

Carlos Lobo, Surface #3, 2005
(© Carlos Lobo, Cortesia do Artista)


A crítica do Público Luísa Soares Oliveira escreveu sobre a exposição de fotografia da colecção do BES, O presente: Uma dimensão infinita, a primeira grande mostra do conjunto que vem sendo aumentado deste 2004 e do qual fazem parte já 450 obras. O texto de LSO está aqui

2 comentários:

Anónimo disse...

a exposição lança um olhar asséptico sobre o mundo. não há drama, não há conflitualidade social, não há problematização sobre nada! Impera o decorativismo, a frieza formal, ao serviço de um banco e dos delírios ignorantes da mulher do ministro manuel pinho.

Anónimo disse...

Visitei tanto o espaço do CCB, como o espaço do BES, perto do Marquês de Pombal e fiquei surpreendido pela dimensão da colecção do BES e também pelas obras que a constituem.
São das obras mais emblemáticas da Fotografia Contemporânea, sem dúvida.

Talvez a exposição tivesse demasiadamente "densa" e apesar da divisão respeitar as categorizações generalistas da Fotografia Contemporânea, o certo é que as fotografias precisavam de mais espaço para "respirar".
Uma coisa é estar numa galeria e ver uma exposição individual de um dado artista; outra é estar num espaço (agora estou na dúvida se será o Centro Cultural ou o Museu) e ver uma série de obras importantes e não me conseguir distanciar delas e poder pensá-las e a apreendê-las.
A obra de arte não acaba no artista que a criou ou no acervo do coleccionador que a comprou, mas também vive no espectador e a esse nível, talvez fosse necessário que tivessem havido mais alguns cuidados.

Pela importância e dimensão da colecção ( e pensando que muitas outras imagens ficaram de fora da exposição) penso que talvez esta grande exposição pudesse ter dado lugar a outras mais pequenas, mas que tivessem outra força e que não tirassem um pouco da "aura" de cada imagem.

Mas também é compreensível que fazer uma exposição desta dimensão envolve demasiados recursos e encargos e que de certa forma é um privilégio poder-se ter acesso (gratuito) num único espaço.
Mas talvez a educação para a arte fotográfica passe por uma diversidade de estímulos que possam ser apreendidos com mais calma e mais espaço, de forma a não gastar as obras.
A fotografia contemporânea acaba por sofrer de um "mal", que passa pela forma como vivemos as imagens - consomem-se demasiadamente rápido.
Haverá um tempo em que nos parecerá que já tudo foi filmado ou fotografado e então voltaremos as atenções para o "vintage".

Voltando ao "tema", a colecção é de facto muito boa e merecia um espaço, como o do CCB, para ser exposta; contudo, talvez tivesse ganho mais, se tivesse sido tomada uma abordagem diferente - menos abundante e mais refinada.

 
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