05 janeiro, 2007

LisboaPhoto - o fim?

LisboaPhoto 2005, Hannah Starkey, The Dentist, 2003 (Cortesia de Maureen Plaley)


Parar para "repensar". Pelo menos é isso que garante a Câmara de Lisboa (CML), organizadora da Bienal LisboaPhoto, que em 2007 não vai ser realizada. A ideia do pelouro da Cultura da autarquia é fazer "um compasso de espera" para acertar o evento com o Mês Europeu da Fotografia, ao qual estão associadas sete capitais - Paris, Roma, Luxemburgo, Viena, Berlim, Moscovo e Bratislava. Ontem, a CML divulgou um comunicado sobre o assunto em resposta a uma notícia do Diário de Notícias que dava como certo o fim do certame por razões orçamentais. A autarquia reconhece "restrições", mas sublinha que "aquilo que define a LisboaPhoto - o seu modelo, o nome e a marca - é para manter". Confrontada pelo Público com a hipótese de uma ligação com Lisboa, a Maison Européenne de la Photographie, pela voz de Barbara Wolsser, mostra-se cautelosa, deixando no ar um "nim": "O Mês Europeu da Fotografia não é um festival é uma associação de sete festivais de fotografia que se federaram. No máximo podemos produzir uma ou duas exposições juntos, promover eventos, fazer comunicação, mas cada cidade faz a sua programação".
Antes do LisboaPhoto (2003 e 2005), os mais marcantes eventos de fotografia da cidade estavam quase todos nas mãos de promotores privados. O panorama era redutor. Estas bienais demonstraram como Lisboa ansiava por uma grande realização ligada à imagem fotográfica, promotora de espaços de reflexão alargada, divulgadora de espólios nunca vistos, reveladora de locais nunca visitados, potenciadora de talentos desconhecidos. É um erro grave pôr fim ao LisboaPhoto na expectativa de que os "outros" paguem aquilo que deveríamos ser nós a aprender a rentabilizar.


LisboaPhoto 2005, Corpo Diferenciado. Identificação fotográfica de um deliquente com perturbação mental, sem data (Instituto de Medicina Legal – Núcleo de Lisboa)

10 comentários:

wind disse...

Gostei do blog.
Vou linkar:)

HRC disse...

Permitam-me que tenha dúvidas sobre as explicações. Se a Maratona Fotográfica de Lisboa acabou (ou estou enganado?), não me admirava que a LisboaPhoto levasse o mesmo caminho, mesmo com mais projecção mas, certamente, também bem mais caro.

mariomar disse...

perfeitamente de acordo, é lamentável, mesmo que as edições anteriores não tenham sido fantásticas: há um caminho a percorrer e não será com «guarda-chuva» que será mais fácil ou melhor...

Anónimo disse...

Ecco recebe exposição fotográfica internacional
3/5/2006 16:49:35
Aberta ao público a partir de hoje, a exposição Empirismos traz ao público brasiliense uma importante seleção da produção fotográfica contemporânea dos países ibéricos. Instalada no Espaço Cultural Contemporâneo (Ecco), a mostra é uma parceria entre o LisboaPhoto e o PhotoEspaña, dois dos maiores festivais do gênero no mundo. São 61 imagens, realizadas por onze fotógrafos portugueses e espanhóis, que mostram diferentes temas, técnicas e olhares.

Eclética, a curadoria de Horácio Fernandez (PhotoEspaña) e Sérgio Mah (LisboaPhoto) nos apresenta tanto a dureza poética de António Júlio Duarte, como o estranhamento promovido por Gonzalo Puch. O primeiro constrói projetos gráficos fragmentados e destituídos de sentido narrativo. Gozanlo, ao contrário, é um criador de alegorias bizarras, mas bem-humoradas, que surpreendem pela alto nível de manipulação do espaço.

A experimentação também está presente no trabalho de João Tabarra, cuja série Olhos nos Olhos discute os limites da representação – o artista fotografa imagens já existentes, como a conhecidíssima estampa de Che Guevara. Já o espanhol Jerônimo Alvarez recupera o sentido documental da produção fotográfica, embora não de modo convencional. Seu tema é a urbanidade, mas a cidade não está, necessariamente, visível em seus cliques.

O proposta de Empirismos extrapola o suporte fotográfico simplesmente. Juan Ugalde, por exemplo, transforma suas preocupações sociais em instalação. Por sua vez, a dupla João Maria Gusmão e Pedro Paiva (sob o pseudônimo Parceria) apresenta um curta- metragem.

Completam o elenco os artistas Augusto Alves da Silva, Fernando Sanchéz Castillo, Lara Almarcegui e Manuela Marques. Empirismos fica em cartaz até 11 de junho. Após essa data, a mostra deverá itinerar em outras cidades brasileiras.

Empirismos
Exposição internacional coletiva / LisboaPhoto e PhotoEspaña.
A partir de hoje, no Espaço Cultural Contemporâneo – Ecco (SCN, quadra 3, lote 5). Visitação: de terça a domingo, das 9h às 19h. Até 11 de junho. Entrada franca. Informações: 3327-2027

Tribuna do Brasil

Anónimo disse...

SP recebe exposição "Empirismo" de fotografia internacional
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u64563.shtml

Anónimo disse...

21/09/2006 - 15h16
SP recebe exposição "Empirismo" de fotografia internacional
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da Folha Online

O Museu da Imagem e do Som (MIS) recebe, a partir desta quinta (21), a exposição internacional coletiva "Empirismos - Novas Linguagens Documentais em Espanha e Portugal".

Fruto de uma parceria entre os festivais de fotografia LisboaPhoto e PhotoEspaña, o projeto une a produção contemporânea de artes visuais, em especial de fotografia e vídeo, dos dois países.

Os 61 trabalhos de 11 artistas abordam temáticas como as transformações da cidade global em Madri e as condições particulares da imagem em Lisboa. As imagens se diferenciam nos efeitos de reprodução, montagem e desconstrução da realidade e suas idéias.

"Empirismos" fica no MIS até dia 22 de outubro. A curadoria é de Horácio Fernández e Sérgio Mah, os respectivos curadores dos festivais PhotoEspaña e LisboaPhoto. Fernández estará presente na abertura em São Paulo.

"Empirismos"
Onde: Museu da Imagem e do Som de São Paulo (av Europa, 158)
Quando: de 21 de setembro a 22 de outubro. Nesta quinta, a abertura acontece às 20h. No restante dos dias, das 10 às 18h, de terça a domingo.
Quanto: entrada franca

Anónimo disse...

O FIM DA LISBOA PHOTO
O «Diário de Notícias» de hoje anuncia o fim da bienal «Lisboa Photo», das poucas coisas interessantes feitas em matéria de exposições em Lisboa nos últimos anos. Uma criatura que dá pelo nome de Rui Cintra, e que trabalha com o Vereador que teoricamente tem a seu cargo o pelouro da Cultura, diz uma série de barbaridades, fruto da pesporrência, que como se sabe é a mãe de todas as ignorâncias. Delfim Sardo, ex- Director do Centro de Exposições do CCB, sublinha, sobre esta bárbara decisão, o essencial: « A Lisboa Photo poderia necessitar de ajustes, mas havia uma base para melhorar. Infelizmente em Portugal deixa-se cair as coisas sem lhes dar tempo para avaliação. Há uma cultura de desperdício». Nada é mais certo - mas quem conseguirá explicar isto a essa cabeça duríssima do Dr. Amaral Lopes (o tal Vereador), um diletante que prefere gerir a actividade cultural da cidade em função das suas afectividades e amizades profundas, em vez da razão? http://aesquinadorio.blogspot.com/2007/01/o-fim-da-lisboa-photo-o-dirio-de.html

SERIA POSSÍVEL SABER QUANTO CUSTOU O LISBON VILLAGE FESTIVAL 2006? QUANTAS PESSOAS ASSISTIRAM? QUAL O ORÇAMENTO PARA 2007? OU ESTÁ NO SEGREDO DOS DEUSES DA EMPRESA RESPONSÁVEL E DO SENHOR VEREADOR DA CULTURA?

Anónimo disse...

IDE CONSULTAR http://www.lisboaphoto.pt/

QUANDO SE FAZ UMA PESQUISA NO GOOGLE COM LISBOA PHOTO APARECEM:
Resultados 1 - 10 de cerca de 11.700 para LISBOAPHOTO. (0,21 segundos)

Anónimo disse...

parabéns pelo blog é muito interessante e cria um espaço verdadeiramente neutro para uma discussão/divulgação séria sobre o campo da fotografia

Anónimo disse...

é lamentável que acabem com a lisboaphoto. foi uma iniciativa de grande qualidade e eclética.
mas este é tristemente o país que temos.
pelos vistos os poderosos (e pobres de espírito) estão a tomar conta do assunto. o estado "oferece" o ccb ao sr. berardo (em episódio digno do gato fedorento) e agora é ver o BES a tentar dominar tudo o que é fotografia. a bem da arte ou a bem do marketing? viva o capitalismo na cultura! VIVA!






(antonio feliciano)

 
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