David Patrício, Évora, 2005David Patrício e João Leal são os vencedores do Prémio Pedro Miguel Frade 2005 atribuído pelo Centro Português de Fotografia (CPF). O júri do galardão decidiu distinguir estes artistas ex-aequo por terem conseguido representar "duas das percepções mais significativas da fotografia actual" – "encenação/construção e desestruturação e aprofundamento de paradigmas".
"Auto-retrato", o projecto de David Patrício, é constituído por dez imagens a preto e branco que encenam auto-retratos "em contexto naturalista, (elementos: água,vegetação,rochas e uma simbólica vaporização do sujeito), associando-lhes, com recurso simbólico, a crítica fundamental sobre a fotografia, a do valor da aparência, promovendo os contrastes presença/ausência, referente/simulação".
O projecto de João Leal, "Night Order", faz uma reflexão sobre "a iluminação do fotografado" que tenta contrariar "a concepção da sobre-iluminação da chamada ’noite americana’". O resultado são imagens concebidas com "o mínimo de luz natural" em "locais que não estão saturados dessa luz, caso de concentrações urbanas do Alentejo, rodeadas pela charneca escura, mas onde a luz artificial, nocturna, se propaga como um incêndio local; e um espaço urbano na Finlândia, onde o deficit de luz natural e a ausência de iluminação suplementar não impede que as imagens surjam com grande definição e clareza". Leal questiona ainda "o problema do excesso/carência de informação associada às imagens".
O júri foi constituído pelo pintor Manuel da Costa Cabral (Fundação Calouste Gulbenkian), Marta Almeida (Fundação de Serralves), os fotógrafos Renato Roque e António Drumond e Tereza Siza (CPF).
O Prémio Pedro Miguel Frade foi criado em 1999 e tem como objectivo distinguir fotógrafos até aos 30 anos. Os trabalhos premiados vão ter direito a um catálogo e uma exposição no edifício da Cadeia da Relação do Porto, casa que abriga o CPF.
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