28 agosto, 2010

férias

© Pedro Cunha/Público

Agora vou ali. Até já.
(Isto andou um bocado parado, eu sei. Foi a canícula. E o trabalho a triplicar...)

16 agosto, 2010

William Gottlieb

Charlie Parker, Tommy Potter e Max Roach, Three Deuces, Nova Iorque, c. Agosto de 1947


Com três disparos apenas
M.P.B. (P2, Público, 14.08.2010)


Se a fotografi a tivesse som, Billie Holiday estaria a cantar “I love you, Porgy/Don’t let him take me/Don’t let him handle me/With his hot hands.” E isso é parte da magia das fotografias de William Gottlieb, uma colecção de 1500 negativos e provas originais agora disponibilizada pela Biblioteca do Congresso norte-americano na rede social Flickr, sem restrições de direitos de autor, seguindo a vontade do próprio fotógrafo e crítico de jazz.

Gottlieb entrou no jazz por um infortúnio: uma intoxicação alimentar atirou-o para a cama durante um mês e uma das suas visitas de cabeceira era o amigo Doc Bartle, pianista e fã de Armstrong e Ellington. As suas primeiras crónicas sobre jazz foram publicadas num jornal universitário, saltou para o Washington Post e aí começou a fotografar com a sua “besta”, como
chamava à máquina, uma Speed Graphic de difícil, e dispendioso, manuseamento (para poupar filme e flash não disparava mais do que três ou quatro vezes). Fez rádio, foi disc jockey, escreveu e fotografou para a revista Down Beat e depois desapareceu de cena. Até um editor o convencer a compilar todo o material em livro, The Golden Age of Jazz (1979), e com isso recuperar o início da sua carreira, a década (1938-48) em que era presença nos clubes nocturnos e nas jam sessions com Charlie Parker, Duke Ellington, Miles Davis, Stan Kenton, Dizzy
Gillespie, Earl Hines, Thelonious Monk, Benny Goodman, entre muitos outros que fizeram a história do jazz norte-americano.
Mais fotografias do mundo jazz de William Gottlieb aqui

14 agosto, 2010

Pieter

© Pieter Hugo


Já vi várias séries de trabalhos do sul-africano Pieter Hugo - não há uma que não nos provoque, que não nos faça estacionar o olhar. É um dos fotógrafos da actualidade que mais admiro.
Mais um exemplo do seu enorme talento na próxima Magazine (A Global Graveyard for Dead Computers in Ghana), do NYT, e aqui



© Pieter Hugo

saldos ICP


O International Center of Photography de Nova Iorque tem dezenas de livros em saldos. Vale a pena espreitar aqui

Mais Ansel?

Cortesia de Rick Norsigian


Há uns dias a CNN anunciou com grandes parangonas que um conjunto de 61 negativos comprados em 2000 por um coleccionador pertenciam a Ansel Adams, um dos nomes maiores da fotografia americana do século XX. A família de Adams, pela voz do seu neto Matthew, contesta a relação entre estes negativos e as imagens captadas pelo fotógrafo que ajudou a mitificar o Yosemite Park, na Califórnia. A jornalista Ana Dias Cordeiro escreveu sobre o assunto logo depois da cadeia de televisão norte-americana ter lançado a teoria da verosimilhança montada por uma firma de advogados contratada por Rick Norsigian.
Eis esse texto:

Ansel Adams
Os novos negativos são um tesouro ou uma fraude?
Ana Dias Cordeiro (P2, Público, 27.07.2010)

Matthew lembra-se bem do avô, Ansel Adams (1902-1984), um dos nomes maiores da fotografia do século XX, conhecido pela forma única como captava a espectacularidade dos rochedos de Yosemite Park, na Califórnia, ou pela candura das suas paisagens da costa Oeste dos Estados Unidos.

Numa entrevista por telefone ao P2, Matthew Adams conta como o avô era meticuloso na sua arte: registava tudo o que fotografava e, em cada imagem que fazia, anotava o tempo de exposição usado. Era desta forma que Ansel - é assim que a ele se refere o neto -aperfeiçoava, em cada fotografia, a técnica de revelação. E com o tempo Ansel tornou-se num dos mais importantes fotógrafos de sempre. Moonrise, Hernandez, New Mexico ou Clearing Winter Storm são apenas algumas das suas fotografias mais conhecidas.

Considerado por muitos como o pai da fotografia norte-americana, Ansel Adams era filho único e teve uma "infância diferente" e solitária, lê-se numa das suas biografias, escrita por William Turnage, também director do Ansel Adams Trust, que hoje detém todos os direitos de publicação do artista.

Tímido e de difícil adaptação à escola, teve um ensino especial à distância e compensou a solidão com a paixão pela natureza e pela música, a que se dedicava tocando piano.

Com o conhecimento que tem da vida e do trabalho do avô, é Matthew - também presidente da Ansel Adams Gallery no Yosemite Park, onde existe uma colecção importante dos seus originais - quem responde, em nome da família, a Rick Norsigian. Este coleccionador de antiguidades de Fresno, na Califórnia, diz ser dono de 61 negativos em placa de vidro de Ansel Adams, encontrados em duas caixas numa venda de garagem em 2000.

Esta semana, uma equipa de especialistas contratados pela firma de advogados de Beverly Hills a que Rick Norsigian recorreu em 2003 veio dar-lhe razão, dizendo que as fotografias teriam sido tiradas entre 1919 e 1932. E anunciou, ao fim de sete anos de investigação, que os negativos fazem parte da obra de Adams. Contactados, nem Norsigian nem a firma de advogados responderam às questões do P2.

Além de uma página pessoal, Norsigian criou um sítio na Internet (http://www.lostnegatives.com/) para vender imagens reveladas a partir de 17 desses negativos, com preços que podem ir até aos 7500 dólares (perto de 6000 euros). O conjunto, diz o especialista em fotografia Patrick Alt também contratado na equipa de peritos, valerá 200 milhões de dólares (150 milhões de euros). "Em quase todas as fotografias, as composições não apresentam nenhuma falha, sendo evidente que foram feitas por um fotógrafo com uma visão e um talento singulares", disse Patrick Alt citado pela CNN e o Los Angeles Times.

A arte da impressão
Matthew Adams começa por dizer que nunca o avô deixaria negativos sem ser ao seu cuidado e que o anúncio pela equipa de especialistas, "com tão poucas provas", é "irresponsável", além de "falso". Não imagina como chegaram ao valor de 200 milhões de dólares. Mas garante que não pode ser verdadeiro, para 61 negativos, de supostas imagens de início de carreira, quando o valor recorde atingido num leilão recente para uma impressão do próprio fotógrafo foi de 720 mil dólares. E explica ao P2: "O valor da obra de Adams está na impressão, que é a expressão da intenção do artista. O negativo é um meio para obter um fim."

Matthew Adams não crê, voltando à forma meticulosa como o artista registava tudo o que fotografava, que houvesse negativos sem registos desse tempo de exposição, que religiosamente anotava. E não há quaisquer registos destes negativos.

É verdade que em 1937 houve um incêndio na câmara escura que Adams tinha no Yosemite Park - tinha outra em São Francisco -, mas isso não explica tudo. "É difícil acreditar que todas as referências desses 61 negativos tenham sido destruídas", diz. No final, considera, a investigação apenas apresenta "provas circunstanciais".

Parte dessas provas diz respeito a esse incêndio - alguns negativos têm os cantos ligeiramente danificados. Além disso, pela semelhança destas imagens com o trabalho de Adams, os especialistas questionam: "Se não foi Adams, quem foi?"

A resposta é imediata e para Matthew parece óbvio que num lugar como o Yosemite, visitado por turistas, amantes e profissionais de fotografia, outra pessoa possa ter captado estas imagens. Volta a insistir que, "embora haja uma boa parte de criatividade e intenção no negativo", a arte está na impressão.

A conversa em tom tranquilo também conduz Matthew à avó, Virginia Best Adams, que nasceu e cresceu no vale de Yosemite. Pela sua proximidade com o marido, com quem se casou em 1928, podia ter sido ela a anotar os nomes dos locais fotografados nos envelopes onde foram encontrados os negativos. Foi o que concluiu a equipa de investigadores, na qual está incluído um especialista em caligrafia, e essa é a ligação a Adams mais concreta que apresentam. Mas é apenas mais uma refutada por Matthew. Os nomes nos envelopes contêm erros "impensáveis" para a sua avó. Como Glaciar Point em vez de Glacier Point ou Bridal Vail Falls em vez de Bridal Veil Falls. Além de conhecer bem cada canto do vale de Yosemite, a avó era "inteligente e culta", garante. "Parece-me inconcebível que Virginia não escrevesse bem qualquer lugar que pertencesse aoYosemite."

Opiniões não coincidentes
Quando, na Primavera de 2000, entrou na venda de antiguidades numa garagem de Fresno, Rick Norsigian achou que os negativos embrulhados em papel de jornal tinham uma "aparência interessante" e comprou o conjunto por 45 dólares. Nada fazia adivinhar que de uma vida modesta, como pintor de paredes numa escola no distrito de Fresno, Norsigian passasse a uma vida cheia de surpresas, digna de um policial, e que chegaria a figura pública, como aconteceu esta semana. O coleccionador não conhecia a obra de Adams mas, entusiasmado com a compra, mostrou as fotografias a familiares e amigos, que notaram a semelhança das imagens com o trabalho do conhecido fotógrafo.

A partir daí, Norsigian empenhou-se em conhecer a vida e a obra de Ansel Adams. Comprou todos os livros de fotografias do artista e leu todas as biografias publicadas. Queria especializar-se para descodificar cada pormenor de cada imagem e assim provar (ou excluir) a hipótese de estes serem negativos perdidos e fotografias inéditas.

Quanto mais lia e observava as fotografias, mais se convencia de que tinha encontrado um "tesouro nacional". Mas precisava de uma confirmação.

Ao contrário do que acontece com as pinturas, não existe uma autoridade oficial que autentique as fotografias e não há uma assinatura que ligue a obra ao artista. Além disso, pouco se sabia de como os negativos teriam chegado àquela venda de antiguidades. O vendedor disse tê-las encontrado num armazém de Los Angeles. Nas suas pesquisas, Norsigian descobriu que Adams se tinha mudado temporariamente para Los Angeles em 1941 para dar aulas. A descoberta deu-lhe ânimo, mas não era suficiente.

Contactou então três dos biógrafos de Ansel Adams, conta o Los Angeles Times num artigo de 2007. A primeira, Mary Street Alinder, encorajou-o. Considerou que algumas imagens pareciam ser de Adams, outras não.

Mais tarde, o coleccionador chegou a Anne Hammond, autora de outra biografia do fotógrafo, que não se pronunciou por ter dúvidas, e a Jonathan Spaulding, também biógrafo de Adams e curador do Museu de História Natural de Los Angeles. Este considerou que nenhum dos negativos chegava ao melhor do trabalho do artista mas que, na altura, Adams não teria ainda desenvolvido o talento que viria a comprovar-se a partir dos anos 30. Mas apontou duas referências nas imagens que estabeleceriam uma possível ligação a Ansel Adams: um carro, um Buick de 1926, como sendo de Albert Bender, que acompanhava Adams nas suas viagens, e uma figura que parecia ser de Ansel Hall, um naturalista de Yosemite que era amigo do fotógrafo.

Podia ou não ser trabalho de Adams. Spaulding não queria comprometer-se com a autoria. Apesar disso, Norsigian entusiasmou-se e, desde 2003, a firma de advogados a que recorreu contratou uma equipa de especialistas em fotografia, caligrafia e até meteorologia. Estes últimos foram ao detalhe de analisar a posição da neve num conhecido pico (Sentinel Dome) do Yosemite Park, as sombras e o modo como estavam formadas as nuvens. Concluíram que uma das imagens dos negativos só podia ter sido captada no mesmo dia de outra, uma fotografia conhecida do arquivo de Ansel Adams - a Jeffrey Pine, um pinheiro no alto de um rochedo.

Matthew, que também vive em Yosemite, diz que a luz, sombras e nuvens de neve na região são indistintas pelo menos durante dois meses num ano. E que a fotografia podia ter sido tirada em qualquer dia desses dois meses, e por outra pessoa que não Ansel Adams.


Cortesia de Rick Norsigian

10 agosto, 2010

Antifotojornalismo

Walid Radd, Atlas Group, 1999, Líbano
© Walid Radd


Antifotojornalismo
Trabalhar sem manual de instruções


No final da exposição Lírica Urbana, de Helen Levitt (EUA, 1913-2009), no Museu Colecciones ICO, em Madrid, que faz parte do festival PHotoEspaña 2010, há uma inscrição na parede que diz que o trabalho da fotógrafa americana nas ruas de Nova Iorque (onde aparecem maioritariamente crianças) pode classificar-se como “antifotojornalístico”. A frase é de Walker Evans, uma das principais referências de Levitt, e transporta uma alusão ao método de trabalho da fotógrafa, que durante mais de uma década se concentrou num tema específico, com uma abordagem formal mais ensaística e menos… jornalística. As fotografias de Levitt “têm um tempo de observação estendido”, disse ao Público Carles Guerra, um dos comissários da exposição Antifotojornalismo, recentemente inaugurada no espaço La Virreina, em Barcelona. Essas imagens estão menos voltadas para a urgência do momento ou mesmo para a captura do momento decisivo, duas características que percorrem os trabalhos dos 27 criadores representados na exposição que, através de exemplos históricos e diversas propostas formais, tentam reflectir sobre “novas práticas, estratégias, pontos de vista, técnicas e agentes”, que não só puseram em causa o estatuto hegemónico do fotojornalista, como “transformaram radicalmente as instituições e os conceitos basilares da profissão”.

O nome da exposição (que pode ser vista até 10 de Outubro) não deixa grande margem para equívocos: “Todos os autores são críticos do fotojornalismo, que é escravo da urgência, do imediatismo, da imagem que tem de mobilizar opinião.”

O tom geral sobre o conceito de “antifotojornalismo” foi dado por Allan Sekula depois de, em 1999, ter acompanhado as manifestações contra a globalização e a cimeira da OMC em Seattle, nos EUA. Para Sekula, nesta situação, o antifotojornalista “não leva máscara de gás, acreditação de imprensa ou teleobjectiva, não procura o momento mais violento, o clímax… Une-se à manifestação”. Donde, “a fotografia antifotojornalística une-se ao acontecimento, participa nele”. A partir deste princípio, a exposição apresenta-se também como uma crítica aos clichés que se foram colando à prática da profissão, apelando a uma imagem “desapegada do jugo da tradição e livre para formular outras perguntas, outras reivindicações, narrar outras histórias”.

“Creio que cada vez menos se dá liberdade ao fotojornalismo. É cada vez mais escravo dos pedidos – é preciso andar atrás de uma imagem que satisfaça a opinião dos leitores. Em muitos casos, o fotojornalismo converteu-se em mera ilustração, não por culpa dos fotógrafos, mas pelo tipo de exigências dos media”, disse Guerra, numa conversa por telefone. E rematou: “Hoje envia-se alguém a um local para trazer a imagem que, de antemão, queremos ver.”

Para além de Sekula, há, entre outros, obras de Gilles Peress, Paul Fusco, Walid Raad, Susan Meiselas e Kadir van Lohuizen.


Mauro Andrizzi, Iraqui Short Films, 2008
© Mauro Andrizzi

Sítio


Valter Vinagre, da série Sítio, Caldas da Rainha, 1997
© Valter Vinagre


Sítios de morte e exorcismo

Sérgio C. Andrade (P2, Público, 27. 07.2010)

É com um certo sentido de exorcismo que Valter Vinagre (n. Anadia, 1954) volta ao "sítio" onde, há pouco mais de uma década, esteve "entre o cá e o lá", quase viveu a experiência da morte. Para o fotógrafo, esse lugar é agora só memória, algo de que fala com um distanciamento saudável. Mesmo se admite que, quando aí regressa, tudo lhe surge "como no dia em que lá [esteve]".

Foi em 1997 que Valter Vinagre regressou a esse lugar de morte, e trouxe de lá, no corpo, as marcas dela. "Contraí uma febre - a que os médicos não deram nome, nem explicação -, que me manteve durante mais de uma semana entre o 'cá e o lá'."

Nesse ano, Valter Vinagre tinha sido convidado pela artista plástica Marina Abramovic a fotografar o sítio do antigo matadouro municipal das Caldas da Rainha, desactivado uma década antes, para o seu projecto site specific Spirit House. Acontece que o fotógrafo, que então vivia e trabalhava na cidade, tinha fotografado o matadouro enquanto ele estava ainda em actividade.

"Quando lá estive pela primeira vez, em 1988, acompanhei os animais desde a sua entrada, passando pelo abate, desmancho e saída para os talhos", lembra ao P2. "Balidos misturados com vozes humanas, um cheiro adocicado a sangue e fezes, vapor de água e ruína" ficou então entranhado nas paredes do edifício. Um cheiro de morte que voltou a atacar, mesmo quando o edifício foi transformado, "branqueado", primeiro em lugar aberto a experiências de arte, depois em Centro da Juventude.

Valter Vinagre reuniu fotografias que fez nesses dois momentos, em tudo distintos, no matadouro das Caldas da Rainha e reconstruiu o Sítio numa selecção de 11 imagens que agora formam a exposição com aquele título, e que até 25 de Setembro pode ser visitada na Casa Bernardo, naquela cidade. Ao mesmo tempo, o fotógrafo apresenta também nas Caldas da Rainha, no Centro Cultural e de Congressos, até 30 de Setembro, Húmus, uma outra exposição com 70 trabalhos - exibida, no ano passado, no Centro Cultural de Cascais -, que fazem a retrospectiva da sua obra.

06 agosto, 2010

Camille Silvy

Camille Silvy, músicos de rua, 1859-1860 (ca), albumina
© Getty Museum, The J. Paul Getty Trust


Camille Silvy (1834-1910) foi um dos pioneiros da fotografia francesa. Cursou desenho e chegou a iniciar estudos de direito. Tirou as primeiras fotografias durante uma viagem à Argélia, em 1857. No ano seguinte, de regresso a França, captou cenas campestres da sua região natal, o vale de Huisne, talvez o quinhão mais pessoal e inspirado da sua obra que havia de ser mostrado numa exposição da Sociedade Francesa de Fotografia, em 1859.

Para além de paisagem, captou os efeitos do crepúsculo, do nevoeiro e do sol, registou cenas da cidade, na rua, no teatro, na ópera. Silvy mostrou ainda um gosto particular pela fotografia que mostrava a exuberância das roupas e dos adereços, notabilizando-se como fotógrafo da alta sociedade e de alguma realeza em Londres, lançando o formato carte-de-visite nessa cidade, por volta de 1860. No seu estúdio preparou e decorou uma sala particular para receber a rainha Vitória, o Queen`s Room, mas a monarca nunca chegou a aparecer perante o sua câmara. A actividade fotográfica de Camille Silvy foi largamente inspirada na visão do "pintor da vida moderna" esboçado por Charles Baudelaire (1821-67) no ensaio com o mesmo nome.

A National Portrait Gallery de Londres mostra até 24 de Outubro uma grande exposição de trabalhos de Camille Silvy que revelam os primeiros passos da fotografia de moda, de teatro e de rua. A Londres vitoriana e Paris estão em destaque nesse retrato do turbilhão moderno em que embarcaram as grandes metrópoles da época. Algumas das fotografias incluídas na exposição não foram vistas em público desde os anos 60 do século XIX.



Camille Silvy, tenente-general Clark Kennedy, 1860, albumina
© Victoria and Albert Museum

 
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